Para se viver e manter um grande amor é preciso usar três qualidades, normalmente esquecidas quando se trata de relacionamentos: atenção, para usar a compreensão no lugar do julgamento; esforço, em controlar as reações automatizadas que nos fazem disputar a razão; e finalmente responsabilidade, sobre nossos erros, escolhas e consequências decorrentes.
Qualquer tipo de relacionamento envolve uma troca de interesses. E quando começamos uma relação, existe sempre uma segunda intenção por trás de todos os pequenos gestos aparentemente inocentes: o homem querendo chegar até a cama e a mulher ao altar. Nesse momento usamos de todos os recursos para a sedução e contamos com a nossa química orgânica fabricando hormônios para nos auxiliar. Para que esta relação possa se aprofundar, é preciso estar consciente do estado quase permanente de ''carência'' em que vivemos: existe em nosso interior uma criança esfomeada de amor e aceitação, procurando desesperadamente ser saciada.
A tendência natural é buscar no companheiro(a) a completude, e é preciso muita atenção para não cair na tentação de colocar na correspondência do outro, a avaliação de nós mesmos, ou seja, entregar a chave do poder sobre nossa felicidade: - Se ele me amar é porque sou ótima, e se ele não me amar, é porque sou horrível!
Vivemos em um permanente estado de culpa, consciente ou inconsciente de não sermos verdadeiramente o que exigimos que o outro seja, ou de não correspondermos às expectativas dos outros nem as nossas. No íntimo, nos sentimos uma fraude e reagimos de duas maneiras: ou projetamos a culpa no outro, ou nos castigamos através de mil esquemas de ''auto-sabotagem''. Assim sendo, não nos sobra energia para aprendermos com nossos erros, e a responsabilidade sobre nossas escolhas fica esquecida.
Também é preciso estar atento a outro grande inimigo da felicidade: o orgulho, um dos maiores responsáveis por nossos sofrimentos. Quando ele é tocado por palavras descuidadas a reação é imediata: revidamos imediatamente, provando ao atacante a sua inferioridade; ou nos sentimos menor, guardando cuidadosamente o ressentimento (re-sentindo várias vezes a mesma dor), nos envenenando com ele através do bloqueio da corrente energética do amor, esperando o momento da vingança. A competição destrutiva é a responsável por muitos amores abortados. Nessas horas é recomendável se perguntar: - O que é mais importante pra mim: ter razão ou ser feliz?
Muito se fala, desde as mais remotas civilizações, sobre o amor, mas historicamente sabe-se que muito poucos foram os atos condizentes com a palavra, seu significado, ou o sentimento a que se refere. A aceitação do diferente é a mais importante.
A felicidade é construída pela valorização dos pequenos e simples instantes do cotidiano: a abelha não espera pelas orquídeas, nem pelas rosas para fabricar o seu mel; elas voam alegres ao encontro das pequenas flores do campo para adoçar a nossa vida...
Fonte: Anna Sharp
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