SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS

Aqui é o templo sagrado, em que nos permitimos desfrutar o contemplar da Vida, do Amor, da Alegria, do Perdão, da Gratidão, da Felicidade Plena, da verdadeira Paz ... tudo de bom. Navegue à vontade, deleite-se e se entregue plenamente com todo seu Ser. Um cantinho de amor, realizado para todos nós.

QUEM SOU EU?

EU sou presença Divina da Paz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina da Luz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina do Amor. Eu sou o EU

EU sou presença de Deus em ação. Eu sou o EU

EU sou a porta aberta do meu coração, que, nada, nem ninguém pode fechar. Eu sou o EU.

sábado, 2 de novembro de 2013

PRATICANDO A PLENA CONSCIÊNCIA ANTES DE CHEGAR NO TRABALHO





"Muitas pessoas correm na parte da manhã e não tem tempo para comer. Eles pegam algo para comer no caminho para o trabalho, e comem no carro, no trem, ou em sua mesa quando chegam ao trabalho. Mas o café da manhã não é apenas para fornecer nutrientes ao seu corpo, é uma chance para desfrutar de comer, para alimentar-se, e para a prática de cultivar a gratidão e a conscientização. Quando você separa um tempo em casa para preparar o seu café da manhã, este tempo torna-se um tempo de prática. Você pode fazer tudo o que faz normalmente, mas você inspira e expira com atenção plena ao fazê-lo, seguindo sua respiração, tornando-se consciente do ar se movendo para dentro e para fora do corpo. Quando você pratica assim em sua cozinha, sua cozinha se torna uma sala de meditação.

Quando você toma seu café da manhã, mesmo que seja apenas algo frugal no início da manhã, coma de tal forma que a liberdade seja possível. Você pode mastigar cada pedaço em plena consciência, com alegria e liberdade. Enquanto comer, não pense sobre o que você tem que fazer a seguir ou todas as coisas que tem que fazer naquele dia. Sua prática é apenas estar presente para o seu café da manhã. Ele está ali para você e você tem que estar presente para o seu café da manhã. Desta forma, você pode tocar profundamente o que está bem na sua frente. O que existe é a consciência de você mesmo e o fato de que você ainda está vivo. O que existe é o seu café da manhã, um presente da terra e do céu. O que existe também pode incluir seus amigos ou sua família, sentando e apreciando o café da manhã junto com você.

Quando eu pego um pedaço de pão, gosto de olhar para ele e sorrir. O pedaço de pão é um embaixador do cosmos, oferecendo alimentação e apoio. Olhando profundamente o pedaço de pão, eu vejo a luz do sol, as nuvens e a Mãe Terra. Sem a luz do sol, sem a água, sem o solo, o trigo não pode crescer. Sem as nuvens, não haveria chuva para as culturas do trigo.

Sem a Mãe Terra apoiando toda a vida, nada poderia crescer. É por isso que o pedaço de pão que eu tenho em minhas mãos é uma verdadeira maravilha da vida. E ele está ali para nós, por isso temos de estar presentes para ele também. Coma com gratidão. Quando você coloca um pedaço de pão em sua boca, mastigue somente o teu pão e não seus projetos, preocupações, medos ou raiva. Esta é a prática da atenção plena. Você mastiga conscientemente e sabe que está mastigando o pão, o alimento maravilhoso da vida. Isto lhe traz liberdade e alegria. Coma cada pedaço do seu café da manhã assim, não permitindo se distrair da experiência de comer.

Em Plum Village, centro de meditação e prática no sudoeste da França, onde moro, temos um momento antes de comer para contemplar nossa comida. Mesmo se só possuímos um tempo muito curto para comer, ter um período de tempo para primeiramente contemplar o nosso alimento torna o momento em que o comemos muito mais agradável. Aqui estão as Cinco Contemplações que usamos, caso de você queira mantê-las sobre sua mesa e usá-las também.

As Cinco Contemplações

1. Este alimento é presente de todo Universo, ele veio da terra, do céu, de numerosos seres vivos e de muito trabalho árduo.

2.Que possamos comê-lo em plena consciência e com gratidão a fim de sermos dignos de recebê-lo.

3.Que possamos reconhecer e transformar nossas formações mentais não saudáveis, principalmente nossa ganância, e aprendermos a comer com moderação.

4.Que possamos manter nossa compaixão viva através de uma alimentação que alivie o sofrimento dos seres vivos, preserve nosso planeta e reverta o processo de aquecimento global.

5. Aceitamos este alimento para que possamos nutrir e fortalecer nossa Sangha e cultivar nosso ideal de servir a todos os seres.

Quando você vai para o trabalho na parte da manhã, tem uma oportunidade maravilhosa de tomar conhecimento de todo o mundo ao seu redor. Você abre a porta e sai para o ar fresco. Aqui está a sua chance de estar em contato com a terra, o ar e o céu. Seu primeiro passo para fora da porta já pode ser um passo em liberdade. Você não tem que ir para uma sala de meditação e abrir a porta para estar no mundo da meditação. Cada passo na Terra pode nos trazer muita felicidade, paz e liberdade.

O mesmo é verdadeiro para a respiração. Se soubermos como respirar conscientemente, cientes de nossa inspiração e expiração, cada respiração nos trará felicidade. As pessoas que têm asma ou que têm dificuldade de respiração entendem o dom precioso que é ser capaz de respirar com facilidade. Se você pode respirar suavemente, então saboreie cada respiração. Não perca um momento. Cada respiração traz felicidade, cada passo traz liberdade. Quando andamos e respiramos assim, não nos sentimos presos em nossa rotina diária ou indo para o trabalho. Em vez disso, nos sentimos livres e somos gratos por nossas vidas.

Nos Contos de Jataka, uma das primeiras coleções de literatura budista, podemos ler sobre as vidas passadas do Buda. Nessas histórias, o Buda aparece em diferentes manifestações, por vezes, como um cervo, um macaco, uma pedra ou mesmo uma mangueira. Em cada uma dessas manifestações, seja animal, vegetal ou mineral, podemos ver um Bodhisattva, um ser de grande compaixão. Quando vamos para a nossa porta da frente e damos os primeiros passos na terra, mesmo que ela esteja coberta de concreto ainda podemos ver e sentir a natureza em torno de nós, e podemos reconhecer que a natureza também é um bodhisattva. Quando olhamos profundamente para uma árvore, podemos ver que a árvore nos oferece sua beleza e que nutre e sustenta a vida. Suas folhas ajudam a limpar o ar que respiramos e fornecem um lugar seguro de refúgio para muitas aves.

Há bodhisattvas ao nosso redor e todo o nosso planeta Terra é um Bodhisattva. Ele nos  conduz muito solidamente. É muito paciente e não discrimina. Não importa o que joguemos na terra, ela abraça e aceita sem discriminação. Se jogamos flores perfumadas ou óleo perfumado sobre a terra, ou se jogamos urina, excremento ou outras substâncias impuras, a Terra pode absorver e transformar todas essas coisas. Ela tem uma grande capacidade de ser paciente e suportar. Oferece o que nos alimenta e suporta toda a vida. Dá-nos água, nos dá o ar para respirar e comida para comer. É um verdadeiro bodhisattva. Toda vez que sairmos pela porta, mesmo se estivermos apenas no caminho para o nosso carro a fim de irmos ao trabalho, podemos gastar um tempo para perceber que o grande Bodhisattva Terra está ao nosso redor, nos nutrindo e nos sustentando.

Talvez você consiga passar o início do dia de uma maneira agradável, descontraída e consciente, mas assim que você começa o seu trabalho, esquece tudo! Isso pode acontecer facilmente dirigindo-se para o trabalho no tráfego na hora do rush. Mas se você estiver em um trem ou um ônibus, terá uma oportunidade maravilhosa de apenas senta-se e estar ciente de sua inspiração e sua expiração. Você pode até mesmo fechar os olhos ou mantê-los baixos se isso te ajudar a se concentrar em sua respiração.

Se você for dirigindo para o trabalho, separe um momento ao entrar no carro, antes de colocar a chave na ignição, para lembrar a sua intenção de ser calmo, relaxado e atento ao dirigir, e não estressado ou com pressa.

Antes de ligar o carro,
Eu sei para onde estou indo.
O carro e eu somos um.
Se o carro vai rápido, eu vou rápido.

Esta consciência pode ajudá-lo a desfrutar de toda a viagem. Use cada sinal vermelho ou sinal de pare como uma oportunidade para respirar conscientemente e voltar ao momento presente. Pode ser comum pensar na luz vermelha do sinal como sua inimiga, impedindo-o de atingir seu objetivo de chegar ao trabalho na hora certa. Mas, na verdade, a luz vermelha é sua amiga, ajudando você a resistir ao impulso de correr e chamando-o de volta para o aqui e agora.

Na próxima vez que você estiver preso no trânsito, seja na estrada ou no meio da cidade, não lute. Apenas aceite. É inútil lutar. Sente-se e sorria para si mesmo. Saiba que você está vivo e que o momento presente é o único momento da vida disponível para você. Não o desperdice. Saiba que este momento tem o potencial para ser uma maravilha.

Quando você dirige para o trabalho, desta forma, sem pensar em seu destino ou no que vai fazer quando chegar, pode desfrutar de cada momento na direção. Antes de começar o meu trabalho diário de ensinar, eu não me preocupo com que perguntas as pessoas podem me fazer ou como eu poderia respondê-las. Em vez disso, do meu quarto para o lugar onde eu ensino, eu desfruto de cada passo e cada respiração totalmente, e vivo cada momento da minha caminhada profundamente. Quando chego, me sinto refrescado e pronto para oferecer respostas a todas as perguntas que são feitas.

Se você chegar no trabalho tendo praticado plena consciência enquanto se prepara em casa, e também no seu caminho para o trabalho, você vai chegar lá de uma forma muito diferente, mais feliz e mais relaxado. Você então poderá pensar de forma diferente sobre o seu trabalho e colegas de trabalho, e poderá encontrar fontes inesperadas de satisfação e alegria."

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ANSIEDADE


A ansiedade vem se configurando como um dos grandes problemas de nossos tempos. Vida agitada, pressão e stress somam-se gerando este desequilíbrio que tanto prejudica a qualidade de nossas vidas.
A ansiedade é um sentimento de apreensão desagradável, vago, acompanhado de sensações físicas como vazio (ou frio) no estômago (ou na espinha), opressão no peito, palpitações, transpiração, dor de cabeça, ou falta de ar, dentre várias outras.
A ansiedade é um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças. O medo é a resposta a uma ameaça conhecida, definida; ansiedade é uma resposta a uma ameaça desconhecida, vaga.
Você também anda sofrendo desse mal? Então, vamos lá: a primeira dica para vencer a ansiedade é não fugir para o amanhã. Quando você vive o presente dando o melhor de si, garante um futuro brilhante. Deixe as fantasias de lado e se proponha a viver o aqui-e-agora. Eu costumo dizer: “Não quero ficar pensando no que vai acontecer… o que tiver de ser será. Relaxo — e me entrego ao presente”.
Um argumento que eu costumo usar para que as pessoas consigam se segurar no presente é o seguinte: “Olha, se você continuar ansiosa, com a mente exaltada, descontrolada e irresponsável, pode estragar também a situação que está por vir. Lembre-se: amanhã você colhe o que plantou hoje. Então, relaxe”.
Talvez o medo surja na sua cabeça com aquelas historinhas: se você fizer isso ou aquilo, o resultado poderá ser sombrio. Se essa aflição tomar conta de você, negue-a com firmeza. Repita dentro de si: “Não tomo atitudes pelo medo. Eu só ajo pela boa-vontade. Deixo as coisas caminharem e acontecerem no melhor, no momento que deve ser. Fico sempre no presente”.
O próximo passo é se concentrar em você. Diga em pensamento: “Sou especial. Neste instante, eu me ponho onde a natureza me colocou — na pureza, na beleza, na perfeição. Reconheço-me como uma pessoa que expressa originalidade. Sou preciosa porque sou única. Sinto-me especial porque a natureza nos fez especiais. E eu reforço: sou diferente, única, e sou um verdadeiro exemplo de sucesso. E tem mais: eu posso tudo. As coisas só se tornam ruins quando a gente crê nisso. As dificuldades passam a existir quando acreditamos nelas. Eu não sou incompetente. Sou o princípio da vida criando e recriando o tempo infinito”.
E então, conseguiu se sentir “o ser especial”? Pois eu lhe digo que, quando você se sentir assim, começará a perceber que tem condições para manifestar as forças divinas do Universo. Isso não é vaidade, não é orgulho. É, sim, o reconhecimento da verdade maior. É bom reconhecer a obra da natureza em nós. Essa é a melhor possibilidade de você encontrar-se consigo mesma. Um universo totalmente novo se abre para você.
Por fim, abençoe seu corpo, sua mente, seus sentimentos, sua jornada. Tire do seu corpo as experiências negativas que você criou para si mesma. Renove-se. Abra espaço para sua diferença e sua originalidade. Conquiste a coragem de não se submeter àquilo que esperam de você. Não seja simplesmente alguém “normal”: abrace sua verdade interior acima de todas as outras. Assim, você atrai para sua vida emocional e física as coisas que realmente têm a ver com você. Tudo pode ser transformado. Tudo será transformado pela sua vivência. E tenha a certeza: será para melhor!
 Fonte:  a.d.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

SER FELIZ É ...


Ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz, é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer, “me perdoe” É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”.
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz.
Que nas suas primaveras você seja amante da alegria.
Que nos seus inversos você seja amigo da sabedoria.
E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo.
Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida.
E descobrirá que…
Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo(a).
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível.
E você é um ser humano especial.
Fonte: Augusto Cury

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

FIDELIDADE DO SER


O conhecimento lógico, intelectual, nada é. É algo incerto, sem base, sem estrutura e não lhe traz felicidade. Não é conhecimento! É desnecessário querer se mostrar, precisar de aprovação, convencer alguém que você ''conhece'' alguma coisa. Todo seu esforço, é falso. Não alimente esse ''euzinho'' pequenino, pois você está enganando a si mesmo. Você não precisa deste certificado. 

Escolha estar na verdadeira sabedoria que não está ''lá fora'' com os outros; e sim, no mais recôndito do seu Ser. Na sabedoria, você atinge a plenitude, a felicidade, a bem aventurança. Quando há um contato com sua Essência, não há dúvidas, medos, desejos vãs ... não é um ''faz de conta''.  É você consigo mesmo, com a Sua Realeza Divina e Perfeita. 

Estabeleça-se nesta vibração da verdade, que tudo lhe será dado e realizado!

Elusa

terça-feira, 29 de outubro de 2013

QUEIXAS E RESSENTIMENTOS - Eckhart Tolle


Queixar-se é uma das estratégias prediletas do ego para se fortalecer.
Cada reclamação é uma pequena história que a mente cria e na qual acreditamos inteiramente. Não importa se ela é feita em voz alta ou apenas em pensamento. Alguns egos que talvez não tenham muito mais com o que se identificar sobrevivem apenas com queixas. Quando estamos presos a um ego assim, reclamar, sobretudo de alguém, é algo habitual e, é claro, inconsciente, o que mostra que não sabemos o que estamos fazendo.
Uma atitude típica desse padrão é aplicar rótulos mentais negativos às pessoas, seja na frente delas ou, como é mais comum, falando sobre elas com alguém ou até mesmo apenas pensando nelas. Xingar é o modo mais rude de atribuir esses rótulos e de mostrar a necessidade que o ego tem de estar certo e triunfar sobre os outros: “idiota”, “desgraçado”, “prostituta”, “etc”, todas essas afirmações definitivas contra as quais não se pode argumentar.
No nível seguinte, descendo pela escala da inconsciência, estão os gritos.
Não muito abaixo disso se encontra a violência física.
O ressentimento é a emoção que acompanha a queixa e a rotulagem mental dos outros. Ele acrescenta ainda mais energia ao ego. Ressentir-se significa ficar magoado, melindrado ou ofendido. Costumamos nos sentir assim em relação à cobiça das pessoas, à sua desonestidade, à sua falta de integridade, ao que estão fazendo no presente, ao que fizeram no passado, ao que disseram, ao que deixaram de dizer, à atitude que deviam ou não ter tomado. O ego adora isso.
Em vez de detectarmos a inconsciência nos outros, nós a transformamos em sua identidade. Quem é o responsável por isso? Nossa própria inconsciência, o ego em nós. Algumas vezes, a “falta” que apontamos em alguém nem mesmo existe. Ela pode ser um erro total de interpretação, uma projeção feita por uma mente condicionada a ver inimigos e a se considerar sempre certa ou superior.
Em outras ocasiões, a falta pode ter ocorrido; contudo, se nos concentrarmos nela, às vezes excluindo todo o resto, nós a tornamos maior do que ela realmente é. E dessa maneira fortalecemos em nós mesmos aquilo a que reagimos no outro, o ego.
Não reagir ao ego das pessoas é uma das maneiras mais eficazes de não só superarmos nosso próprio ego como também de dissolver o ego humano coletivo.
No entanto, só conseguimos nos abster de reagir quando somos capazes de reconhecer o comportamento de alguém como originário do ego, como uma expressão do distúrbio coletivo da espécie humana insana. Quando compreendemos que não se trata de nada pessoal, a compulsão para reagir desaparece.
Não reagindo ao ego, muitas vezes podemos fazer aflorar a sanidade nos outros, que é a consciência não condicionada em oposição à consciência condicionada. Em determinadas ocasiões, talvez precisemos tomar providências práticas para nos proteger de pessoas profundamente inconscientes. Isso é algo que temos condições de fazer sem torná-las nossas inimigas.
Nossa maior defesa, contudo, é sermos conscientes aqui e agora.
Alguém passa a ser um inimigo quando personalizamos a inconsciência dele que é o ego. A não-reação não é fraqueza, mas força. Outra palavra para não-reação é perdão. Perdoar é ver além, ou melhor, é enxergar através de algo. E ver, através do ego, a sanidade que há em cada ser humano como sua essência.
O ego adora reclamar e se ressente não só de pessoas como de situações.
O que podemos fazer com alguém também conseguimos fazer com uma circunstância: transformá-la num inimigo. Os pontos implícitos são sempre os mesmos: “isso não deveria estar acontecendo”, “não quero estar aqui”, “estou agindo contra minha vontade”, “o tratamento que estou recebendo é injusto”, “etc”. E, é claro, o maior inimigo do ego acima de tudo isso é o momento presente, ou seja, a vida em si, o agora.
Não confunda a queixa com a atitude de informar alguém de uma falha ou de uma deficiência para que elas possam ser sanadas. Além disso, abster-se de reclamar não corresponde necessariamente a tolerar algo de má qualidade nem um mau comportamento.
Não há interferência do ego quando dizemos ao garçom que a comida está fria e precisa ser aquecida – desde que nos atenhamos aos fatos, que são sempre neutros.
“Como você se atreve a me servir uma sopa fria?”
Isso é se queixar, isso é ego.
Nessa situação, existe um “eu” que adora se sentir pessoalmente ofendido pela comida fria e ele aproveitará esse fato ao máximo, um “eu” que aprecia apontar o erro de alguém. A reclamação a que me refiro está a serviço do ego, e não da mudança. Algumas vezes fica óbvio que o ego não deseja que algo se modifique para que possa continuar se queixando e continuar existindo.
Veja se você consegue capturar, ou melhor, perceber, a voz na sua cabeça – talvez no exato instante em que ela esteja reclamando de algo – e reconhecê-la pelo que ela é: a voz do ego, não mais do que um padrão mental condicionado, um pensamento.
Sempre que a observar, compreenderá que você não é ela, e sim aquele que tem consciência dela.
Na verdade, você é a consciência que está consciente da voz.
Atrás, em segundo plano, está a consciência.
À frente, se situa a voz, aquele que pensa, o ego.
Dessa maneira você estará se libertando do ego, livrando-se da mente não observada.
No momento em que você se tornar consciente do ego, a rigor ele não será mais o ego, e sim um velho padrão mental condicionado.
O ego implica inconsciência.
Ele e a consciência não conseguem coexistir.
O velho padrão mental, ou hábito mental, pode sobreviver e se manifestar por mais um tempo porque tem o impulso de milhares de anos de inconsciência humana coletiva atrás de si. No entanto, toda vez que é reconhecido, ele se enfraquece.
Só a prática da auto-observação consciente leva ao despertar da consciência e consequentemente com a eliminação do ego (para quem realmente quer acordar da ilusão).