SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS

Aqui é o templo sagrado, em que nos permitimos desfrutar o contemplar da Vida, do Amor, da Alegria, do Perdão, da Gratidão, da Felicidade Plena, da verdadeira Paz ... tudo de bom. Navegue à vontade, deleite-se e se entregue plenamente com todo seu Ser. Um cantinho de amor, realizado para todos nós.

QUEM SOU EU?

EU sou presença Divina da Paz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina da Luz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina do Amor. Eu sou o EU

EU sou presença de Deus em ação. Eu sou o EU

EU sou a porta aberta do meu coração, que, nada, nem ninguém pode fechar. Eu sou o EU.

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A ESSÊNCIA DO EGO


A maioria das pessoas está tão identificada com a voz dentro da própria cabeça – fluxo o incessante de pensamento involuntário e compulsivo e as emoções que os acompanham – que podemos dizer que esses indivíduos estão possuídos pela mente.

Quem se encontra inconsciente disso acredita que aquele que pensa é quem ele é. Essa mente é egóica. Chamo-a de egóica porque existe uma percepção do eu, em todos os pensamentos – lembranças, interpretações, opiniões, pontos de vista, reações, emoções. Isso é inconsciência, espiritualmente falando. O pensamento, o conteúdo da mente, é condicionado pelo passado: pela formação, pela cultura, pelos antecedentes familiares, etc. o núcleo central de toda atividade mental consiste em determinados pensamentos, emoções e padrões reativos repetitivos e persistentes com os quais nos identificamos mais intensamente. Essa entidade é o próprio ego.

Na maioria dos casos, quando dizemos “eu”, é o ego que está falando, e não nós, como temos observado. O ego compõe-se de pensamentos e emoções, de uma serie de lembranças que reconhecemos como “eu e minha história”, de papeis habituais que desempenhamos sem saber e de identificação coletivas, como nacionalidade, religião, raça, classe social e orientação política. Ele contém ainda identificações pessoais não só com bens, mas com opiniões, aparência exterior, ressentimentos antigos e conceitos sobre nos mesmos como melhores do que os outros ou inferiores as eles, como pessoas bem sucedidas ou fracassadas.

O conteúdo do ego varia de pessoa para pessoa, no entanto todo ego funciona de acordo com a mesma estrutura. Em outras palavras: os egos diferem apenas na superfície. No fundo, eles são iguais. De que maneira são semelhantes? Eles existem à custa da identificação e da separação. Quanto vivemos por meio do eu construído pela mente, que se constitui dos pensamentos e das emoções do ego, a base da nossa identidade é precária por que os pensamentos e as emoções são, por sua própria natureza, efêmero, instáveis.

Assim, todo ego está continuamente lutando pela sobrevivência, tentando se proteger e aumentar de tamanho. Para sustentar o pensamento do eu, ele precisa de algo oposto, que é o pensamento “o outro”. O “eu” conceitual não consegue sobreviver sem o “outro” conceitual. Os outros são sobretudo os outros quando os vemos como inimigos.

Numa extremidade da escala desse padrão egóico de consciência, situa-se o habito compulsivo de encontrar defeitos nas pessoas e nos queixarmos delas. Jesus referiu-se a isso quando disse: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no seu olho?” no outro extremo da escalada, encontra-se a violência física entre indivíduos e guerras entre países. Embora, na bíblia, a pergunta de Jesus permaneça sem resposta, ela é sem duvida: porque quando critico ou condeno o outro sinto-me maior, superior.


Fonte: Universo Natural - Retirado do livro – O Despertar de uma nova consciência – Eckhart Tolle – Editora Sextante

terça-feira, 22 de setembro de 2015

O FIM DOS DRAMAS EM SUA VIDA


Muitas das assim chamadas coisas más que nos acontecem na vida são devidas à inconsciência. Elas são criadas por nós, ou melhor, são criadas pelo ego. Refiro-me a isso, às vezes, como “drama”. Quando restabelecemos a conexão com o Ser e não deixamos mais a mente governar, paramos de criar essas coisas.

Mas há muitas pessoas que se apaixonam pelos seus dramas particulares de vida. Identificam-se com suas histórias. O ego governa a vida delas. Investiram nele todo o sentido de eu interior. Até mesmo a busca de uma resposta, de uma solução, ou de uma cura se torna parte dele. O que mais temem é que seus dramas tenham um fim. Enquanto essas pessoas forem a mente, seu maior medo será o próprio despertar.

Quando vivemos em uma completa aceitação do que é, todos os dramas da nossa vida chegam ao fim. Ninguém consegue ter a mais leve discussão conosco, não importa quanto tente. Não se pode discutir com alguém completamente consciente. Uma discussão implica uma identificação com a mente e uma determinada posição mental, tal como resistência e reação às posições da outra pessoa. O resultado é que as polaridades opostas ficam mutuamente energizadas. Esses são os mecanismos da inconsciência. Ainda podemos estabelecer o nosso ponto de vista de modo claro e firme, mas não haverá nenhuma força reagindo ao fundo, nenhuma defesa e nenhuma agressão. Assim, não se transformará em um drama. Quando estamos completamente conscientes, deixamos de estar em conflito. “Ninguém que esteja em unidade consigo mesmo consegue pensar em conflito”, diz o livro A Course in Miracles (Um curso em milagres). O livro se refere não só ao conflito com outras pessoas, mas, fundamentalmente, ao conflito dentro de nós, que deixa de existir quando não há mais nenhum desacordo entre as buscas e expectativas da nossa mente e aquilo que é.

Muitas das assim chamadas coisas más que nos acontecem na vida são devidas à inconsciência. Elas são criadas por nós, ou melhor, são criadas pelo ego. Refiro-me a isso, às vezes, como “drama”. Quando restabelecemos a conexão com o Ser e não deixamos mais a mente governar, paramos de criar essas coisas.

Mas há muitas pessoas que se apaixonam pelos seus dramas particulares de vida. Identificam-se com suas histórias. O ego governa a vida delas. Investiram nele todo o sentido de eu interior. Até mesmo a busca de uma resposta, de uma solução, ou de uma cura se torna parte dele. O que mais temem é que seus dramas tenham um fim. Enquanto essas pessoas forem a mente, seu maior medo será o próprio despertar.

Quando vivemos em uma completa aceitação do que é, todos os dramas da nossa vida chegam ao fim. Ninguém consegue ter a mais leve discussão conosco, não importa quanto tente. Não se pode discutir com alguém completamente consciente. Uma discussão implica uma identificação com a mente e uma determinada posição mental, tal como resistência e reação às posições da outra pessoa. O resultado é que as polaridades opostas ficam mutuamente energizadas. Esses são os mecanismos da inconsciência. Ainda podemos estabelecer o nosso ponto de vista de modo claro e firme, mas não haverá nenhuma força reagindo ao fundo, nenhuma defesa e nenhuma agressão. Assim, não se transformará em um drama. Quando estamos completamente conscientes, deixamos de estar em conflito. “Ninguém que esteja em unidade consigo mesmo consegue pensar em conflito”, diz o livro A Course in Miracles (Um curso em milagres). O livro se refere não só ao conflito com outras pessoas, mas, fundamentalmente, ao conflito dentro de nós, que deixa de existir quando não há mais nenhum desacordo entre as buscas e expectativas da nossa mente e aquilo que é.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A CONEXÃO LIBERTADORA - Eckhart Tolle


Existe uma Vida Única, eterna e sempre presente, além das inúmeras formas de vida sujeitas ao nascimento e à morte. Muitas pessoas empregam a palavra Deus para descrevê-la, outras costumam chamá-la de Ser. Costumo utilizar a palavra “Ser”, pois, tem a vantagem de sugerir um conceito aberto. Não reduz o invisível infinito a uma entidade finita. É impossível formar uma imagem mental a esse respeito. Ninguém pode reivindicar a posse exclusiva do Ser. É a sua essência, tão acessível como sentir a sua própria presença. Portanto, a distância é muito curta entre a palavra “Ser” e a vivência do Ser.

O Ser não está apenas além, mas também dentro de todas as formas, como a mais profunda, invisível e indestrutível essência interior. Isso significa que ele está ao seu alcance agora, sob a forma de um eu interior mais profundo, que é a verdadeira natureza dentro de você. Mas não procure apreendê-lo com a mente. Não tente entendê-lo.
Só é possível conhecê-lo quando a mente está serena. Se estiver alerta, com toda a sua atenção voltada para o Agora, você até poderá sentir o Ser, mas jamais conseguirá compreendê-lo mentalmente. Recuperar a consciência do Ser e submeter-se a esse estado de “percepção dos sentidos” é o que se chama iluminação.
A palavra iluminação transmite a ideia de uma conquista sobre-humana – e isso agrada ao ego -, mas é simplesmente o estado natural de sentir-se em unidade com o Ser. E um estado de conexão com algo imensurável e indestrutível. Pode parecer um paradoxo, mas esse “algo” é essencialmente você e, ao mesmo tempo, é muito maior do que você. A iluminação consiste em encontrar a verdadeira natureza por trás do nome e da forma.
A incapacidade de sentir essa conexão dá origem a uma ilusão de separação, tanto de você mesmo quanto do mundo ao redor. Quando você se percebe, consciente ou inconscientemente, como um fragmento isolado, o medo e os conflitos internos e externos tomam conta da sua vida.
O maior obstáculo para vivenciar essa realidade é a identificação com a mente, o que faz com que estejamos sempre pensando em alguma coisa. Ser incapaz de parar de pensar é uma aflição terrível, mas ninguém percebe porque quase todos nós sofremos disso e, então, consideramos uma coisa normal. O ruído mental incessante nos impede de encontrar a área de serenidade interior, que é inseparável do Ser. Isso faz com que a mente crie um falso eu interior que projeta uma sombra de medo e sofrimento sobre nós.
A identificação com a mente cria uma tela opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras, julgamentos e definições, que bloqueia todas as relações verdadeiras.
Essa tela se situa entre você e o seu eu interior, entre você e o próximo, entre você e a natureza, entre você e Deus. É essa tela de pensamentos que cria uma ilusão de separação, uma ilusão de que existem você e um “outro” totalmente à parte. Esquecemos o fato essencial de que, debaixo do nível das aparências físicas, formamos uma unidade com tudo aquilo que é. Se for usada corretamente, a mente é um instrumento magnífico. Entretanto, quando a usamos de forma errada, ela se torna destrutiva. Para ser ainda mais preciso, não é você que usa a sua mente de forma errada. Em geral, você simplesmente não usa a mente. É ela que usa você. Essa é a doença. Você acredita que é a sua mente. Eis aí o delírio. O instrumento se apossou de você. É quase como se algo nos dominasse sem termos consciência disso e passássemos a viver como se fôssemos a entidade dominadora.

A liberdade começa quando você percebe que não é a entidade dominadora, o pensador. Saber disso permite observar a entidade. No momento em que você começa a observar o pensador, ativa um nível mais alto de consciência. Começa a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência além do pensamento e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência. Percebe também que todas as coisas realmente importantes, como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e a paz interior, surgem de um ponto além da mente. Você começa a acordar.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

NADA EXISTE FORA DO AGORA

O passado e o futuro não são tão reais quanto o presente? Afinal, o passado determina quem somos e de que forma agimos no presente. E os nossos objetivos futuros determinam as atitudes que tomamos no presente.

Você ainda não captou a essência do que estou dizendo porque está tentando entender mentalmente. A mente não pode entender esse assunto. Só você pode. Por favor, preste atenção ao seguinte:

Você alguma vez vivenciou, realizou, pensou ou sentiu alguma coisa fora do Agora? Acha que conseguirá algum dia? É possível alguma coisa acontecer ou ser fora do Agora? A resposta é óbvia, não é mesmo?
Nada jamais aconteceu no passado, aconteceu no Agora.

Nada jamais irá acontecer no futuro, acontecerá no Agora.


O que consideramos como passado é um traço da memória, armazenado na mente, de um Agora anterior. Quando lembramos do passado, reativamos um traço da memória e fazemos isso agora.

O futuro é um Agora imaginado, uma projeção da mente. Quando o futuro acontece, acontece como sendo o Agora. Quando pensamos sobre o futuro, fazemos isso no Agora. Obviamente o passado e o futuro não têm realidade própria.

Do mesmo modo como a lua não tem luz própria e apenas reflete a luz do sol, o passado e o futuro são apenas um reflexo pálido da luz, do poder e da realidade do eterno presente. A realidade deles é -**/“emprestada” do Agora.

A essência dessas afirmações não pode ser compreendida pela mente. No momento em que captamos a essência, ocorre uma mudança na consciência, que passa a desviar o foco da mente para o Ser, do tempo para a presença. De repente, tudo parece vivo, irradia energia, emana do Ser.
Fonte: Cura e Ascenção - Do Livro O Poder do Agora de Eckhart Tolle

sábado, 18 de julho de 2015

ACEITAÇÃO E ENTREGA


Sempre que puder, olhe para dentro de si mesmo e procure ver se você está inconscientemente criando um conflito entre as circunstâncias externas de um determinado momento onde você está, com quem está ou que está fazendo e os seus pensamentos e sentimentos. Você consegue sentir como é doloroso ficar se opondo internamente ao que é?

Quando reconhece esse conflito, você percebe que agora está livre para abrir mão dessa guerra interna infantil.

Já foi dito: Aonde quer que vá, você se leva . Em outras palavras: você está aqui. Sempre. Será que é tão DIFÍCIL ACEITAR ISSO?

O não reativo e habitual fortalece o ego, o EU autocentrado. O SIM o enfraquece. Seu ego não é capaz de sobreviver à entrega.

Você consegue perceber qualquer indício interior que revele que você não quer fazer o que está fazendo? Se isso acontece, você está negando A VIDA, e é impossível chegar a um bom resultado.

Se você percebe esse indício, é capaz também de abandonar essa vontade de não fazer e se entregar ao que faz?

Fazer uma coisa de cada vez , como o mestre definiu, significa dedicar-se plenamente ao que está fazendo. É um ato de entrega uma ação PODEROSA.

Quando você aceita o que é, atinge um nível mais profundo. Nesse nível, tanto seu estado interior quanto sua noção de eu não dependem mais dos julgamentos feitos pela mente do que bom ou ruim. 

A aceitação e a entrega se tornam muito mais fáceis quando voe percebe que todas as experiências são fugazes e se dá conta de que o mundo não pode lhe oferecer nada que tenha um valor permanente. Ao aceitar e entregar-se, você continua a conhecer pessoas e a se envolver EM EXPERIÊNCIAS E ATIVIDADES, MAS SEM OS DESEJOS E OS MEDOS DO eu AUTOCENTRADO. Ou seja, você deixa de exigir que uma situação, uma pessoa, um lugar ou um fato o satisfaçam ou façam feliz. A natureza PASSAGEIRA e IMPERFEITA de tudo pode SER COMO É.

Quando você aceita totalmente o MOMENTO PRESENTE, quando deixa de discutir com o que é, a compulsão de pensar DIMINUI e é substituída por uma CALMA ATENTA. Você fica plenamente consciente, mas sua mente não dá qualquer rótulo para esse momento. Quando você deixa de resistir internamente, abre-se para a consciência livre de condicionamentos, que é infinitamente maior do que a mente humana. Essa vasta inteligência pode então se expressar através de você e ajudá-lo tanto por dentro quanto por fora. É por isso que, ao parar de resistir internamente, você costuma achar que as coisas melhoraram.
A entrega consiste em entregar-se a esse momento, e não a uma história através da qual você interpreta esse momento e depois tenta se conformar com ela.
Será que sua mente vai INVENTAR uma história que diz: A vida foi dura e injusta comigo. Eu não mereço . Ou será que você é capaz de aceitar esse momento tal como é e não confundi-lo com uma história que sua MENTE INVENTOU a partir da situação real? Mesmo nas situações APARENTEMENTE mais inaceitáveis e dolorosas existe um profundo bem. Dentro de cada desgraça, de cada crise, está a SEMENTE DA GRAÇA.
Há situações em que nenhuma resposta ou explicação satisfaz. Nesses momentos a VIDA parece perder o sentido. Ou alguém em desespero pede sua ajuda e você não sabe o que dizer ou o que fazer. Quando você aceita plenamente que não sabe, desiste de lutar para encontrar a resposta usando o pensamento de sua MENTE LIMITADA através de você. Até o pensamento pode se beneficiar com isso, pois a inteligência maior flui para DENTRO DELE E O INSPIRA.
Às vezes, entregar-se significa desistir de querer entender e sentir-se bem com o que você NÃO SABE.
Você conhece pessoas cuja maior função na vida parece ser cultivar a própria infelicidade, fazer os outros infelizes e espalhar infelicidade? Perdoe essas pessoas, pois elas também fazem parte do despertar da humanidade. O PAPEL delas é INTENSIFICAR O PESADELO DA CONSCIÊNCIA AUTOCENTRADA DA RECUSA à aceitação e à entrega. Não há uma escolha DELIBERADA na atitude delas. Essa atitude não é o que ELAS SÃO.
Pode-se dizer que a entrega é a transição interior da resistência para a aceitação, do NÃO para o SIM. Quando você se entrega, a noção que tem de si mesmo muda. O eu deixa de se identificar com a reação ou um julgamento mental e passa a ser um ESPAÇO em torno da reação ou do julgamento. O eu não se identifica mais com a forma o pensamento ou a emoção e você se reconhece como algo sem forma: O ESPAÇO DA CONSCIÊNCIA .
Qualquer coisa que você aceite plenamente vai levá-lo à paz, o que inclui a aceitação daquilo que você não consegue aceitar, daquilo que você está RESISTINDO.
DEIXE QUE A VIDA SEJA.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

PALAVRAS E ESSÊNCIA


"Perdemo-nos com facilidade nas palavras, somos hipnotizados para acreditar implicitamente que, ao relacionar uma palavra com uma coisa, sabemos o que ela é. 

Mas a realidade é que não sabemos. 


Apenas encobrimos o mistério com um rótulo. 

Tudo, seja um pássaro, uma árvore, até mesmo uma simples pedra ou, certamente um ser humano, é, em última análise, incognoscível. Isto acontece porque tudo tem uma profundidade insondável. (...)


Sob a aparência superficial, tudo está não só ligado a tudo o resto, como também à Fonte de toda a vida de onde tudo veio. 

Até uma pedra, ou mais facilmente uma flor ou um pássaro, pode mostrar-nos o caminho de regresso a Deus, à Fonte, a nós próprios. Ao observar ou ao agarrar a pedra, e deixando-a ser, sem lhe impor um rótulo verbal ou mental, há uma sensação de admiração e espanto que nos invade. 


A sua essência comunica conosco em silêncio e reflete a nossa própria essência de novo em nós. (...) Se não cobrirmos o mundo de palavras e rótulos, a percepção do miraculoso regressará à nossa vida, após ter sido perdida há muito tempo, quando a Humanidade, em vez de usar o pensamento, foi dominada pelo pensamento. A profundidade regressa à nossa vida. As coisas recuperam o seu sentido de novidade, a sua frescura. E o maior milagre de todos é a vivência do nosso eu essencial anterior a quaisquer palavras, pensamentos, rótulos e imagens mentais. (...)
Quanto mais rápidos formos em atribuir rótulos mentais ou verbais às coisas,  pessoas ou situações, mais fútil e fria se torna a nossa realidade e mais insensíveis nos tornamos à realidade do milagre da vida, que se manifesta continuamente dentro e fora de nós. Desta forma, podemos ganhar em intelecto, mas perdemos em sabedoria, bem como em alegria, amor, criatividade e vitalidade. 


Estes elementos ficam dissimulados no espaço morto entre a percepção e a interpretação. É óbvio que é necessário usar palavras e pensamentos.  Eles têm a sua própria beleza - mas haverá necessidade de ficarmos presos a eles?"

Fonte: Ventos de Paz - Eckhart Tolle em Um mundo novo - O Despertar para a Essência da Vida

terça-feira, 14 de julho de 2015

NÃO OFERECER RESISTÊNCIA À VIDA É ESTAR EM ESTADO DE GRAÇA



Enquanto permanecermos na dimensão física e em conexão com a psique humana coletiva, o sofrimento, embora raro, ainda pode acontecer. Não devemos confundi-lo com o sofrimento emocional. Todo sofrimento é criado pelo ego e fruto de uma resistência. Além disso, nessa dimensão, ainda nos sujeitamos à natureza cíclica e à lei da impermanência de todas as coisas, mas já não vemos mais o sofrimento como uma coisa “má”. Ele simplesmente é.

Ao permitir o “existir” de todas as coisas, uma dimensão mais profunda, por baixo do jogo dos opostos, se revela para nós como uma presença permanente, uma serenidade profunda e estável, uma alegria sem motivos que se situa além do bem e do mal. Essa é a alegria do Ser, a paz de Deus.

No nível da forma existe nascimento e morte, criação e destruição, crescimento e dissolução de espécies aparentemente independentes. Podemos ver isso em tudo: no ciclo da vida de uma estrela ou de um planeta, em um corpo físico, em uma árvore, em uma flor; na ascensão e queda de nações, de sistemas políticos e de civilizações, e também nos inevitáveis ciclos de lucros e perdas que temos na vida.

Existem ciclos de sucesso, como quando as coisas acontecem e dão certo, e ciclos de fracasso, quando elas não vão bem e se desintegram. Você tem de permitir que elas terminem, dando espaço para que coisas novas aconteçam ou se transformem. Se nos apegamos às situações e oferecemos uma resistência nesse estágio, significa que estamos nos recusando a acompanhar o fluxo da vida e que vamos sofrer.

Não é verdade que o ciclo ascendente seja bom e o ciclo descendente seja ruim, a não ser no julgamento da mente. O crescimento é, em geral, considerado positivo, mas nada pode crescer para sempre. Se o crescimento nunca tivesse fim, poderia acabar em algo monstruoso e destrutivo. É necessário que as coisas acabem, para que coisas novas aconteçam.

O ciclo descendente é absolutamente essencial para uma realização espiritual. Você tem de ter falhado gravemente de algum modo, ou passado por alguma perda profunda, ou algum sofrimento, para ser conduzido à dimensão espiritual. Ou talvez o seu sucesso tenha se tornado vazio e sem sentido e se transformado em fracasso. O fracasso está sempre embutido no sucesso, assim como o sucesso está sempre encoberto pelo fracasso. No mundo da forma, todas as pessoas “fracassam” mais cedo ou mais tarde, e toda conquista acaba em derrota. Todas as formas são impermanentes.

Você pode ser ativo e apreciar a criação de novas formas e circunstâncias, mas não se sentirá identificado com elas. Você não precisa delas para obter um sentido de eu interior. Elas não são a sua vida, pertencem à sua situação de vida.

Nossa energia física também está sujeita a ciclos. Não consegue estar sempre no máximo. Teremos momentos de baixa e de alta energia. Em alguns períodos, estaremos altamente ativos e criativos, mas em outros tudo vai parecer estagnado, teremos a impressão de não estarmos indo a lugar nenhum, nem conseguindo nada. Um ciclo pode durar de algumas horas a alguns anos e dentro dele pode haver ciclos longos ou curtos. Muitas doenças são provocadas pela luta contra os ciclos de baixa energia, que são fundamentais para uma renovação. Enquanto estivermos identificados com a mente, não poderemos evitar a compulsão de fazer coisas e a tendência para extrair o nosso valor de fatores externos, tais como as conquistas que alcançamos. Isso torna difícil ou impossível para nós aceitarmos os ciclos de baixa e permitirmos que eles aconteçam. Assim, a inteligência do organismo pode assumir o controle, como uma medida auto protetora, e criar uma doença com o objetivo de nos forçar a parar, de modo a permitir que uma necessária renovação possa acontecer.

A natureza cíclica do Universo está intimamente ligada à impermanência de todas as coisas e situações. Buda fez disso uma parte central de seu ensinamento. Todas as circunstâncias são altamente instáveis e estão em um fluxo constante, ou, como ele colocou, a impermanência é uma característica de cada circunstância, de cada situação com que vamos nos deparar na vida. Elas vão se modificar, desaparecer, ou deixar de proporcionar prazer. A impermanência também é um ponto central dos ensinamentos de Jesus: “Não acumule tesouros na terra, onde as traças e a ferrugem arruínam tudo, onde os ladrões arrombam as paredes para roubar…”

Enquanto a mente julgar uma circunstância “boa”, seja um relacionamento, uma propriedade, um papel social, um lugar, ou o nosso corpo físico, ela se apega e se identifica com ela. Isso faz você se sentir bem em relação a si mesmo e pode se tornar parte de quem você é ou pensa que é. Mas nada dura muito nessa dimensão, onde as traças e a ferrugem devoram tudo. Tudo acaba ou se transforma: a mesma condição que era boa no passado, de repente, se torna ruim. A prosperidade de hoje se torna o consumismo vazio de amanhã. O casamento feliz e a lua de mel se transformam no divórcio infeliz ou em uma convivência infeliz. A mente não consegue aceitar quando uma situação com a qual ela tenha se apegado muda ou desaparece. Ela vai resistir à mudança. É quase como se um membro estivesse sendo arrancado do seu corpo.

Uma vez um monge budista me disse: “Tudo o que aprendi nos vinte anos em que sou monge pode ser resumido em uma frase: Tudo o que surge, desaparece. Isso eu sei”. O que ele quis dizer foi o seguinte: aprendi a não oferecer qualquer resistência ao que é, aprendi a permitir que o momento presente aconteça e a aceitar a natureza impermanente de todas as coisas e circunstâncias. Foi assim que encontrei a paz.

Não oferecer resistência à vida é estar em estado de graça, de descanso e de luz. Nesse estado, nada depende de as coisas serem boas ou ruins. As coisas, as pessoas ou as circunstâncias que você desejava para a sua felicidade vêm agora até você sem qualquer esforço, e você está livre para apreciá-las enquanto durarem. Todas essas coisas naturalmente vão acabar, os ciclos virão e irão, mas com o desaparecimento da dependência não há mais medo de perdas. A vida flui com facilidade.

Fonte: Universo Natural Eckhart Tolle

sexta-feira, 3 de julho de 2015

PARA O AMOR FLORESCER

Podemos transformar um relacionamento viciado em um relacionamento verdadeiro?
Sim, se estivermos conscientes e aumentarmos a nossa presença, concentrando a atenção cada vez mais fundo no Agora.
A chave do segredo será sempre essa, não importa se você está vivendo só ou com alguém. Para o amor incondicional florescer, a luz da nossa presença tem de ser forte o bastante, de modo a impedir que o pensador ou o sofrimento do corpo nos domine.
Saber que cada um de nós é o Ser por baixo do pensador, a serenidade por baixo do barulho mental, o amor e a alegria por baixo da dor, significa liberdade, salvação e iluminação. Pôr fim à identificação com o sofrimento do corpo é trazer a presença para o sofrimento e, assim, transformá-lo. Pôr fim à identificação com o pensamento é ser o observador silencioso dos próprios pensamentos e atitudes, em especial dos padrões repetitivos gerados pela mente e dos papéis desempenhados pelo ego.
Se paramos de injetar “autossuficiência” na mente, ela perde sua qualidade compulsiva, que é o impulso para julgar e, desse modo, criar uma resistência ao que é, dando origem a conflitos, tragédias e novos sofrimentos. Na verdade, no momento em que paramos de julgar, no instante em que aceitamos aquilo que é, ficamos livres da mente e abrimos espaço para o amor incondicional, para a alegria e para a paz. Em primeiro lugar, paramos de nos julgar, depois paramos de julgar o outro.
O grande elemento catalisador para mudarmos um relacionamento é a completa aceitação do outro do jeito que ele é, sem querermos julgar ou modificar nada. Isso nos leva imediatamente para além do ego. Nesse momento, todos os jogos mentais e toda a dependência viciada deixam de existir. Não existe mais vítima nem agressor, acusador nem acusado. Esse é também o fim da dependência, de uma atração pelo padrão inconsciente do outro.
Você, então, ou vai se afastar – com amor – ou penetrar cada vez mais fundo no Agora junto com o outro. É simples assim. O amor é um estado do Ser. Não está do lado de fora, está bem lá dentro de nós. Não temos como perdê-lo e ele não consegue nos deixar. Não depende de um outro corpo, de nenhuma forma externa.
Na serenidade do estado de presença, podemos sentir a nossa própria realidade sem forma e sem tempo, que é a vida não manifesta que dá vitalidade à nossa forma física. Conseguimos, então, sentir essa mesma vida lá no fundo de outro ser humano, de cada criatura. Conseguimos enxergar além do véu opaco da forma e da desunião. Essa é a realização da unidade. Isso é amor incondicional. Só assim tem-se uma relação iluminada entre um homem e uma mulher.
Fonte: Universo Natural por Eckhart Tolle

sexta-feira, 1 de maio de 2015

EGO COLETIVO E INCONSCIÊNCIA



"Pergunta: Você poderia explicar o que você quer dizer por "inconsciência?"

E.Tolle: É importante entender que quando eu chamo uma pessoa de "inconsciente", não estou me referindo a alguém que desmaiou ou apagou. Refiro-me a alguém que é espiritualmente inconsciente. 

Isso quer dizer que a pessoa está completamente sob o domínio de seu ego - seu senso de falso self. O ego dá origem a uma sensação de separação entre si e os outros, ou entre "nós" e "eles".

Um ser humano sob o domínio do ego é identificado com imagens mentais ou idéias, sobre quem eles são. A mente cria essas imagens mentais, ou histórias. Em seguida, a identidade de uma pessoa, o seu sentido de quem eles são, é 
definida através dessas imagens ou histórias. Quando isto acontece, há uma tendência da pessoa egoica para julgar compulsivamente os outros, tornando-os, assim, em inimigos. O ego faz isso para reforçar o seu sentido, em última instância fictícia de si mesmo. 

O que quer que uma pessoa pensa ou acredita que é, é condicionado pelo passado: sua educação, a cultura em que vive - incluindo os sistemas coletivos de crença, a cultura - a sua educação, formação familiar e assim por diante. 

Uma pessoa que está sob o domínio do ego é totalmente identificada com o conteúdo condicionado de sua mente. Tal pensamento de uma pessoa, bem como o comportamento, é, portanto, completamente determinado pelo ego. Isto é o que eu quero dizer com o termo "inconsciente".

Pergunta: Parece que nossa cultura ocidental está tomada pelo ego, tanto quanto em outras partes do mundo. Você poderia explicar o que significa ser mais inconsciente do que outro? O que significa ser coletivamente inconsciente?

E. Tolle: No Ocidente, assim como algumas outras partes do mundo, o sentido pessoal de ego tende a predominar, enquanto que em outras áreas, há um sentido mais coletivo do ego. 

Este ego coletivo enfatiza o "nós" em vez de "eu". O ego coletivo pode ser tribal, religioso, nacionalista, ou ideológico. 

Por exemplo, pode haver uma estrutura religiosa ou política reforçando a crença de que as pessoas se identificam com o coletivo, e que compõe grande parte do sentido de uma própria pessoa ou de sua identidade. Isso é menor nos dias de hoje do que era no século 20, quando milhões de pessoas estavam sob o domínio de sistemas de crenças coletivas. 

Por exemplo, quando Mao Tse-tung estava no poder na China, milhões de pessoas foram totalmente condicionada pelo seu sistema de crença coletiva. Este também foi o caso com a Alemanha nazista e do comunismo soviético. Quando as pessoas estavam tão identificados com o seu sistema de crença coletiva, seu ego torna-se enormemente pronunciado. 

Este ego coletivo começa então a procurar "inimigos", a fim de fortalecer o sentido de separação, que o ego depende disso para sua sobrevivência. O ego pessoal já tem um forte elemento de disfunção, mas o ego coletivo é, com frequência, ainda mais disfuncional, a ponto de insanidade absoluta. 

As maiores atrocidades que foram cometidas no planeta foram perpetrados pelo ego coletivo. 

Por exemplo, se você voltar para a Idade Média, durante a Inquisição, era um tempo em que a tortura e perseguição foram promulgadas em nome da religião. A mensagem cristã foi totalmente mal interpretada, e assim a religião tornou-se uma estrutura da mente egóica. As pessoas cometeram atrocidades, porque todo o seu sentido de eu, estava ligado a essa estrutura de crença. Coisas ainda piores, é claro, aconteceram no século 20 - como todos sabemos.

Pergunta: Como tornar-se que independente desse ego coletivo? Como é que as pessoas ficam presas a essa mentalidade coletiva?

E.Tolle: Quando as pessoas são assumidas pelo ego, de tal forma, não há mais nada em sua mente, exceto o ego. Eles já não podem sentir ou perceber a sua humanidade - o que eles compartilham com os outros seres humanos, ou mesmo com outras formas de vida no planeta. Eles são tão identificado com conceitos em suas mentes, que outros seres humanos se tornam conceitos também. 

Isso faz com que a sensação de separação aumente, na qual o ego prospera. Se você é um extremista islâmico, por exemplo, você vê os outros como infiéis que não compartilham de seu sistema de crenças e por isso elas são pronunciados como "mal". Você não pode mais sentir a humanidade,(beingness) , daqueles que não compartilham de sua sistema de crenças. 

Depois de conceituar alguém como inimigo, a violência torna-se quase inevitável. Isso é porque, não está se está mais vendo-os como seres humanos. Torna-se impossível para você ter qualquer tipo de empatia, com outro indivíduo que não se encaixe em sua estrutura de mente coletiva.

Nós muitas vezes perguntamos: "Como é possível que os seres humanos possam infligir tamanho sofrimento em seus companheiros humanos?" A resposta é que eles são totalmente sob o domínio do ego. Completa incapacidade do ego de ter empatia pelos outros, explica como tais 
atrocidades podem ser cometidas no planeta. 

Jesus na cruz é relatado por ter dito: "Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem." Em termos contemporâneos, ele provavelmente teria dito: "Perdoa-lhes, porque eles são completamente inconsciente."




quarta-feira, 22 de abril de 2015

FAÇA DO AGORA O FOCO PRINCIPAL DA SUA VIDA


Se antes você se fixava no tempo e fazia rápidas visitas ao Agora, inverta essa lógica, fixando-se no Agora e fazendo rápidas visitas ao passado e ao futuro, quando precisar lidar com os aspectos práticos da vida.

O que quer que o momento atual contenha, aceite-o como uma escolha sua, trabalhe sempre com ele, não contra. Torne-o um amigo e aliado, não seu inimigo. Isso transformará toda a sua vida, como por milagre. 

Uma vez entendido o princípio básico do que significa estar presente observando o que acontece dentro de nós, temos à nossa disposição a mais poderosa ferramenta de transformação.

Os problemas da mente não podem ser solucionados no nível da mente. Uma vez compreendido que não somos a nossa mente, não existe muito mais a aprender. 

Quando nos identificamos com a mente, geramos um falso eu interior, o ego, que é um substituto do nosso verdadeiro eu interior enraizado no Ser. Passamos a ser “um ramo cortado da videira”, como disse Jesus. 

Identificar-se com a mente dá a ela mais energia, enquanto observar a mente retira a sua energia. A energia retirada da mente se transforma em presença.

Se todos os nossos problemas fossem milagrosamente solucionados no dia de hoje, sem que nos tornássemos mais presentes e mais conscientes, logo nos veríamos com um outro conjunto de problemas semelhantes. Você não pode se libertar no futuro. A presença é a chave para a liberdade. Portanto, você só pode ser livre agora.

Encontre o “portão estreito que conduz à vida”. Ele é chamado de Agora. Restrinja a sua vida a este exato momento. Sua vida pode estar cheia de problemas, mas verifique se você tem algum problema neste exato momento. Não amanhã ou dentro de dez minutos, mas já. Você tem algum problema agora?

Se você alguma vez esteve numa situação de emergência,, saberá que isso não foi um problema. A mente não teve tempo para se distrair e transformar a situação em problema. Numa emergência de verdade, a mente pára. Ficamos absolutamente presentes no Agora, e algo infinitamente maior e mais poderoso passa a dominar.

No momento em que você aceitar completamente a sua intranqüilidade, ela se transformará em paz. Qualquer coisa que você aceite completamente vai levar você até a paz. Esse é o milagre da entrega.

De acordo com São Paulo, toda a criação está à espera de que os homens obtenham a iluminação. É assim que interpreto suas palavras: “A criação aguarda, com impaciência, a revelação dos filhos de Deus”.

Quando nos rendemos àquilo que é e ficamos inteiramente presentes, o passado deixa de ter qualquer força. Não precisamos mais dele. A presença é a chave.

O estado identificado com a mente é uma forma de insanidade e quase todas as pessoas estão sofrendo dessa doença em vários graus. 

A mente sempre se apega ao que lhe é familiar. O desconhecido é perigoso porque ela não tem controle sobre ele. É por isso que a mente não gosta do momento presente e prefere ignorá-lo.

Existe um número crescente de seres humanos cuja conscientização está suficientemente desenvolvida para não precisar de nenhum sofrimento adicional antes de alcançar a iluminação. A iluminação escolhida conscientemente significa abandonar nosso apego ao passado e ao futuro e fazer do Agora o ponto principal da nossa vida. Significa escolher permanecer no estado de presença e não no tempo. A presença remove o tempo e sem o tempo, nenhum sofrimento conseguem sobreviver

Torne-se um alquimista. Transforme o metal em ouro, o sofrimento em consciência, a felicidade em iluminação.

A entrega não transforma aquilo que é; a entrega transforma você. Quando você estiver transformado, todo o seu mundo fica transformado, porque o mundo é somente um reflexo.

Dê atenção ao seu comportamento, seu humor, seus pensamentos, suas emoções, medos e desejos, da forma como eles acontecem no presente. Ali está o seu passado. Se você consegue estar presente o bastante para observar todas essas coisas, sem julgamento, significa que você está lidando com o passado e dissolvendo-o através do poder de sua presença. Não é procurando no passado que você vai se encontrar. Você vai se encontrar estando presente. O passado não consegue sobreviver diante da sua presença, só na sua ausência. 

“Seja como um servo esperando pelo retorno do seu senhor”, diz Jesus. O servo desconhece a que horas o senhor vai chegar. Então fica acordado, vigilante, para não perder a chegada do patrão. 

Em outra parábola, Jesus fala das cinco mulheres descuidadas (inconscientes) que não tinham levado azeite suficiente (consciência) para manter as lâmpadas acesas (ficar presente) e, assim, perderam a chegada do esposo (o Agora) e não participaram das bodas (iluminação). Essas parábolas não são sobre o fim do mundo, mas sobre o fim do tempo psicológico. Elas apontam para a possibilidade de se viver num estado inteiramente novo de consciência.

Por mais de trinta anos, um mendigo ficou sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise. Até que um dia, uma conversa com um estranho mudou sua vida.

- Tem um trocadinho aí pra mim, moço? 
– murmurou, estendendo mecanicamente seu velho boné.

- Não, não tenho – disse o estranho. 
– O que tem nesse baú debaixo de você?

- Nada, isso aqui é só uma caixa velha. 
Já nem sei há quanto tempo sento em cima dela.

- Nunca olhou o que tem dentro? – perguntou o estranho.
- Não – respondeu. – Para quê? Não tem nada aqui, não!

- Dá uma olhada dentro 
– insistiu o estranho, antes de ir embora.

O mendigo resolveu abrir a caixa . Teve que fazer força para levantar a tampa e mal conseguiu acreditar ao ver que o velho caixote estava cheio de ouro.

Eu sou o estranho sem nada para dar, que está lhe dizendo para olhar para dentro. Não de uma caixa, mas, sim, de você mesmo. Imagino que você esteja pensando indignado: “Mas eu não sou um mendigo!”

Infelizmente, todos que ainda não encontraram a verdadeira riqueza – a radiante alegria do Ser e uma paz inabalável – são mendigos, mesmo que possuam bens e riqueza material. Buscam, do lado de fora, migalhas de prazer, aprovação, segurança ou amor, embora tenham um tesouro guardado dentro de si, que não só contém tudo isso, como é infinitamente maior do que qualquer coisa oferecida pelo mundo.


Fonte por Eckhart Tolle

segunda-feira, 20 de abril de 2015

PAZ INTERIOR


Sempre que puder, olhe para dentro de si mesmo e procure ver se você está inconscientemente criando um conflito entre as circunstâncias externas de um
determinado momento onde você está, com quem está ou que está fazendo e os seus pensamentos e sentimentos. Você consegue sentir como é doloroso ficar se opondo internamente ao que é?

Quando reconhece esse conflito, você percebe que agora está livre para abrir mão dessa guerra interna infantil.

Já foi dito: Aonde quer que vá, você se leva . Em outras palavras: você está aqui. Sempre. Será que é tão DIFÍCIL ACEITAR ISSO?

O não reativo e habitual fortalece o ego, o EU autocentrado. O SIM o enfraquece. Seu ego não é capaz de sobreviver à entrega.

Você consegue perceber qualquer indício interior que revele que você não quer fazer o que está fazendo? Se isso acontece, você está negando A VIDA, e é impossível chegar a um bom resultado.

Se você percebe esse indício, é capaz também de abandonar essa vontade de não fazer e se entregar ao que faz?

Fazer uma coisa de cada vez , como o mestre definiu, significa dedicar-se plenamente ao que está fazendo. É um ato de entrega uma ação PODEROSA.

Quando você aceita o que é, atinge um nível mais profundo. Nesse nível, tanto seu estado interior quanto sua noção de eu não dependem mais dos julgamentos feitos pela mente do que bom ou ruim .

A aceitação e a entrega se tornam muito mais fáceis quando voe percebe que todas as experiências são fugazes e se dá conta de que o mundo não pode lhe oferecer nada que tenha um valor permanente. Ao aceitar e entregar-se, você continua a conhecer pessoas e a se envolver EM EXPERIÊNCIAS E ATIVIDADES, MAS SEM OS DESEJOS E OS MEDOS DO eu AUTOCENTRADO. Ou seja, você deixa de exigir que uma situação, uma pessoa, um lugar ou um fato o satisfaçam ou façam feliz. A natureza PASSAGEIRA e IMPERFEITA de tudo pode
SER COMO É.

Quando você aceita totalmente o MOMENTO PRESENTE, quando deixa de discutir com o que é, a compulsão de pensar DIMINUI e é substituída por uma CALMA ATENTA. Você fica plenamente consciente, mas sua mente não dá qualquer rótulo para esse momento. Quando você deixa de resistir internamente, abre-se para a consciência livre de condicionamentos, que é infinitamente maior do que a mente humana. Essa vasta inteligência pode então se expressar através de você e ajudá-lo tanto por dentro quanto por fora. É por isso que, ao parar de resistir internamente, você costuma achar que as coisas melhoraram.

A entrega consiste em entregar-se a esse momento, e não a uma história através da qual você interpreta esse momento e depois tenta se conformar com ela.

Será que sua mente vai INVENTAR uma história que diz: A vida foi dura e injusta comigo. Eu não mereço . Ou será que você é capaz de aceitar esse momento tal como é e não confundi-lo com uma história que sua MENTE INVENTOU a partir da situação real?

Mesmo nas situações APARENTEMENTE mais inaceitáveis e dolorosas existe um profundo bem. Dentro de cada desgraça, de cada crise, está a SEMENTE DA GRAÇA.

Há situações em que nenhuma resposta ou explicação satisfaz. Nesses momentos a VIDA parece perder o sentido. Ou alguém em desespero pede sua ajuda e você não sabe o que dizer ou o que fazer. Quando você aceita plenamente que não sabe, desiste de lutar para encontrar a resposta usando o pensamento de sua MENTE LIMITADA. Ao desistir, você permite que uma inteligência maior atue através de você. Até o pensamento pode se beneficiar com isso, pois a inteligência maior flui para DENTRO DELE E O INSPIRA.
Às vezes, entregar-se significa desistir de querer entender e sentir-se bem com o que você NÃO SABE.

Você conhece pessoas cuja maior função na vida parece ser cultivar a própria infelicidade, fazer os outros infelizes e espalhar infelicidade? Perdoe essas pessoas, pois elas também fazem parte do despertar da humanidade. O PAPEL delas é INTENSIFICAR O PESADELO DA CONSCIÊNCIA AUTOCENTRADA DA RECUSA à aceitação e à entrega. Não há uma escolha DELIBERADA na atitude delas. Essa atitude não é o que ELAS SÃO.

Pode-se dizer que a entrega é a transição interior da resistência para a aceitação, do NÃO para o SIM. Quando você se entrega, a noção que tem de si mesmo muda. O eu deixa de se identificar com a reação ou um julgamento mental e passa a ser um ESPAÇO em torno da reação ou do julgamento. O eu não se identifica mais com a forma o pensamento ou a emoção e você se reconhece como algo sem forma: O ESPAÇO DA CONSCIÊNCIA .

Qualquer coisa que você aceite plenamente vai levá-lo à paz, o que inclui a aceitação daquilo que você não consegue aceitar, daquilo que você está RESISTINDO. DEIXE QUE A VIDA SEJA.


Fonte por Echkart Tolle

segunda-feira, 6 de abril de 2015

DEIXE QUE A VIDA SEJA


“As pessoas precisam criar rótulos para tudo o que sentem, percebem, e para toda experiência. Precisam de uma relação de gosto/não gosto com a vida, mantendo um conflito quase ininterrupto com situações e com pessoas. Será que isso é apenas um hábito que pode ser rompido? 

Não é preciso fazer nada. Basta deixar que cada momento seja como é. O ego não é capaz de sobreviver à entrega.

"Tenho tanta coisa pra fazer.” 

Muito bem, mas existe qualidade no que você faz? Falar com clientes, trabalhar no computador, realizar as inúmeras tarefas do seu cotidiano – você faz tudo isso com a plenitude do seu ser? Quanta entrega ou recusa existe no que você faz? É essa entrega que determina o seu sucesso na vida, e não a quantidade de esforço empreendido. 

O esforço implica estresse, cansaço e necessidade de alcançar um determinado resultado no futuro.

Se você percebe qualquer indício interno que revele que você não quer fazer o que está fazendo, você está negando a vida, e é impossível chegar a um bom resultado assim. Se você percebe esse indício, também é capaz de abandonar essa má vontade e se entregar ao que faz.

Quando você aceita o que é, atinge um nível mais profundo. Nesse nível, seu estado interior não depende mais dos julgamentos feitos pela mente do que é bom ou ruim. Quando você diz sim para todas as situações da vida e aceita o momento presente como ele é, sente uma profunda paz interior.

A aceitação e a entrega se tornam muito mais fáceis quando você percebe que todas as experiências são fugazes e se dá conta de que o mundo não pode te oferecer nada que tenha um valor permanente. Ao aceitar e entregar-se, você continua a conhecer pessoas e a se envolver em experiências e atividades, mas sem os desejos e medos do “eu” auto centrado. Você deixa de exigir que uma situação, uma pessoa, um lugar ou um fato te satisfaça ou te façam feliz. A natureza imperfeita de tudo pode ser como é. A ironia é que, quando você deixa de fazer exigências impossíveis, todas as situações, pessoas, lugares e fatos ficam satisfatórios, harmoniosos, serenos e pacíficos. 

Quando você deixa de resistir internamente, abre-se para a consciência livre de condicionamentos, que é infinitamente maior do que a mente humana. Essa vasta inteligência pode então se expressar através de você e ajudá-lo tanto por dentro quanto por fora. É por isso que, ao parar de resistir internamente, você costuma achar que as coisas melhoraram.

Você acha que estou lhe dizendo: “Aproveite o momento, seja feliz”? Não. Estou dizendo pra você aceitar este momento tal como ele é. Isso já basta.

A aceitação e a entrega existem quando você não se pergunta mais: “Por que isso foi acontecer comigo?”. A História mostra homens e mulheres que, ao enfrentarem uma grande perda, doença, prisão ou a ameaça de morte iminente, aceitaram o que era aparentemente inaceitável e assim encontraram “a paz que vai além de toda compreensão”.

Há situações em que nenhuma resposta ou explicação satisfaz. Nesses momentos a vida parece perder o sentido. Ou alguém em desespero pede sua ajuda e você não sabe o que fazer ou dizer. Mas quando você aceita plenamente que não sabe, desiste de lutar contra a resposta usando o pensamento de sua mente limitada. Ao desistir, você permite que uma inteligência maior atue através de você. Até mesmo o pensamento pode se beneficiar disso, pois a inteligência maior flui pra dentro dele e o inspira.

Às vezes entregar-se significa desistir de querer entender, e sentir-se bem com o que você não sabe. Quando você se entrega, a noção que tem de si mesmo muda. O “eu” deixa de se identificar com uma reação ou um julgamento mental e passa a ser um espaço em torno dessa reação ou desse julgamento. O “eu” não se identifica mais com a forma – o pensamento ou a emoção – e você se reconhece como algo sem forma: o espaço da consciência.”

“Deixe que a Vida seja!”


Fonte por Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O QUE TE PERTURBA MOSTRA QUEM VOCÊ VERDADEIRAMENTE É



Nosso sentido de quem somos determina o que percebemos como nossas necessidades e o que importa na nossa vida, e o que nos interessa tem o poder de nos irritar e perturbar. Podemos usar isso como um critério para descobrir até que ponto nos conhecemos. O que nos interessa não é o que dizemos nem aquilo em que acreditamos, mas o que nossas ações e reações revelam como importante e sério.

Portanto, talvez queiramos nos fazer a seguinte pergunta: o que me irrita e pertuba? Se coisas pequenas têm a capacidade de nos atormentar, então quem pensamos que somos é exatamente isto: pequeno. Essa é nossa crença inconsciente. Quais são as coisas pequenas? No fim das contas, todas as coisas são pequenas porque todas elas são efêmeras.

Podemos até dizer: “Sei que sou um espírito imortal” ou “Estou cansado deste mundo louco. Tudo o que quero é paz”, até o telefone tocar. Más notícias: o mercado de ações caiu, o acordo pode não dar certo, o carro foi roubado, nossa sogra chegou, cancelaram a viagem, o contrato foi rompido, nosso parceiro ou parceira foi embora, alguém exige mais dinheiro, somos responsabilizados por algo. De repente ocorre um impeto de raiva, de ansiedade. Uma aspereza brota na nossa voz: “Não aguento mais isto.” Acusamos e criticamos, atacamos, defendemos ou nos justificamos, e tudo acontece no piloto automático. Alguma coisa obviamente é muito mais importante agora do que a paz interior que um momento atrás dissemos que era tudo o que desejávamos. E já não somos mais um espírito imortal. O acordo, o dinheiro, o contrato, a perda ou a possibilidade da perda são mais relevantes. Para quem? Para o espírito imortal que dissemos ser? Não, para nosso pequeno eu que busca segurança ou satisfação em coisas que são transitórias e fica ansioso ou irado porque não consegue o que deseja. Bem, pelo menos agora sabemos quem de fato pensamos que somos.

Se a paz é de fato aquilo que desejamos, então devemos escolhê-la. Se ela fosse mais importante para nós do que qualquer outra coisa e se nós nos reconhecêssemos de verdade como um espírito em vez de um pequeno eu, permaneceríamos sem reagir e num absoluto estado de alerta quando confrontados com pessoas ou circunstâncias desafiadoras. Aceitaríamos de imediato a situação e, assim, nos tornaríamos um com ela em vez de nos separarmos dela. Depois, da nossa atenção consciente surgiria uma reação. Quem nós somos (consciência) – e não quem pensamos que somos (um pequeno eu) – estaria reagindo. Isso seria algo poderoso e eficaz e não faria de ninguém nem de uma situação um inimigo.

O mundo sempre se assegura de impedir que nos enganemos por muito tempo sobre quem de fato pensamos que somos nos mostrando o que realmente é importante para nós. A maneira como reagimos a pessoas e situações, sobretudo quando surge um desafio, é o melhor indício de até que ponto nos conhecemos a fundo.

Quanto mais limitada, quanto mais estreitamente egóica é a visão que temos de nós mesmos, mais nos concentramos nas limitações egóicas – na inconsciência – dos outros e reagimos a elas. Os “erros” das pessoas ou o que percebemos como suas falhas se tornam para nós a identidade delas. Isso significa que vemos apenas o ego nos outros e, assim, fortalecemos o ego em nós. Em vez de olharmos “através” do ego deles, olhamos “para” o ego. E quem está fazendo isso? O ego em nós.

As pessoas muito inconscientes sentem o próprio ego por meio do seu reflexo nos outros. Quando compreendemos que aquilo a que reagimos nos outros também está em nós (e algumas vezes apenas em nós), começamos a nos tornar conscientes de nosso próprio ego. Nesse estágio, podemos também compreender que estamos fazendo às pessoas o que pensávamos que elas estavam fazendo a nós. Paramos de nos ver como uma vítima.

Nós não somos o ego. Portanto, quando nos tornamos conscientes do ego em nós, isso não significa que sabemos quem somos – isso quer dizer que sabemos quem não somos. Mas é por meio do conhecimento de quem não somos que o maior obstáculo ao verdadeiro conhecimento de nós mesmos é removido.

Ninguém pode nos dizer quem somos. Seria apenas outro conceito, portanto não nos faria mudar. Quem nós somos não requer crença. Na verdade, toda crença é um obstáculo. Isso não exige nem mesmo nossa compreensão, uma vez que já somos quem somos. No entanto, sem a compreensão, quem nós somos não brilha neste mundo. Permanece na dimensão não manifestada que, é claro, é seu verdadeiro valor. Nós somos então como uma pessoa aparentemente pobre que não sabe que tem uma conta de centena de milhões no banco. Com isso, nossa riqueza permanece um potencial oculto.

Fonte: Universo Natural por Eckhart Tolle