SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS

Aqui é o templo sagrado, em que nos permitimos desfrutar o contemplar da Vida, do Amor, da Alegria, do Perdão, da Gratidão, da Felicidade Plena, da verdadeira Paz ... tudo de bom. Navegue à vontade, deleite-se e se entregue plenamente com todo seu Ser. Um cantinho de amor, realizado para todos nós.

QUEM SOU EU?

EU sou presença Divina da Paz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina da Luz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina do Amor. Eu sou o EU

EU sou presença de Deus em ação. Eu sou o EU

EU sou a porta aberta do meu coração, que, nada, nem ninguém pode fechar. Eu sou o EU.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

CRISE CURATIVA


É relativamente fácil sentir-se grato quando coisas boas estão acontecendo e a vida está caminhando do jeito que queremos que caminhe. Então, assumimos com frequência, as coisas como certas. Parece muito bom arrumar um momento para manifestar nossa apreciação a outras pessoas, à terra, ao nosso poder superior, à vida.
Um desafio muito maior é entrar em contato com a gratidão quando estamos passando por um período difícil, ou a vida não está andando do jeito que achamos que deveria. Nestas épocas, é mais provável que nos sintamos magoados, confusos ou ressentidos, o que é perfeitamente natural. A gratidão é a última coisa que nos ocorreria num momento como este. Houve épocas, em minha vida que tive vontade de dar uma banana pro Universo, enquanto imaginava por que motivo ele me desferiria um golpe tão cruel.
No entanto, é interessante notar que, depois de passarmos por um período difícil e ao fazer um retrospecto perceber que houve algo de importante e necessário contido naquela experiência. Talvez não cheguemos a esta perspectiva senão meses ou até anos mais tarde depois de o fato ter ocorrido, mas no fim acabamos percebendo que houve uma lição importante que foi aprendida, ou talvez uma nova porta que se abriu em nossa vida, com um resultado de acontecimentos que, à época em que ocorreram, pareceram negativos.
Por exemplo a perda de um emprego pode os conduzir a cura espiritual ou emocional. O fim de um relacionamento pode nos oferecer a oportunidade de descobrir que precisávamos de um tempo para ficar sozinhos ou encontrar um relacionamento mais satisfatório.
Normalmente costumo chamar um período doloroso de nossa vida de uma crise que cura. Quando isto ocorre estamos deixando de lado algo velho, e nos abrindo para alguma coisa nova. Frequentemente, isso acontece porque já crescemos em termos de consciência, e não podemos mais viver segundo o jeito antigo.
Assim, se você estiver passando por uma crise curativa em sua vida, neste momento, estenda a mão e peça tanto apoio e amor quanto puder. Dê também permissão a si mesmo para experimentar, plenamente, todos os sentimentos que vierem à tona. Peça que a dádiva contida nessa experiência lhe seja revelada assim que você estiver pronto para recebê-la. E lembre-se que pouco tempo passará até que você ganhe perspectiva e possa sentir-se novamente grato à surpreendente jornada da sua vida.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A DIFERENÇA ENTRE COBRAR E RECEBER AMOR

Todos nós conhecemos a necessidade de amar e ser amado. No entanto, quando esta necessidade se torna carência, há algo extra a ser alertado: estamos vulneráveis e desequilibrados.

A origem da carência afetiva se encontra em nossa dificuldade para receber amor. É como estar com fome e não ter estômago para digerir. Mas, como será que nosso "estômago afetivo" tornou-se tão pequeno? Fomos nos alimentando cada vez menos, à medida em que o alimento emocional tornou-se escasso ou invasivo. 

Em outras palavras, fomos instintivamente diminuindo nosso estado de receptividade ao associar a experiência de receber amor a vivências de insuficiência, abandono ou de um controle excessivo. Se nos sentimos manipulados ao receber alimentos, presentes, elogios, carícias e incentivos, associamos a idéia de receber com o dever de retribuir algo além de nossa capacidade ou vontade pessoal. Quem não se lembra de ter escutado advertências como: "Agora você já deve se comportar como um menino grande" ou "Se você comer todo o jantar, pode comer a sobremesa...". 

Estas frases parecem inocentes, mas revelam os condicionamentos pelos quais passamos a aprender que receber modula nosso modo de ser.

Filhos de pais intrometidos e controladores desde cedo aprendem a conter seus desejos, pois sabem que ao revelarem suas intenções acabarão tendo que abandonar seus planos para realizar as vontades de seus pais. Para garantir fidelidade frente aos seus desejos e gostos, diferentes de seus pais e orientadores, acabam se contraindo cada vez mais - por um instinto de autopreservação, necessário no processo de autoconhecimento e autoconfiança, distanciam-se de seus pais para conhecer a si mesmos.

Desta forma, com a intenção de nos proteger do excesso ou da falta de atenção diante de nossas necessidades de amarmos e sermos amados, fomos nos fechando, isto é, formando camadas protetoras contra os ataques diante da nossa vulnerabilidade. Este processo sutil e delicado tem um efeito bastante grave: ao estar mais atento no que estou recebendo do que no que desejo, acabo aprendendo a dar mais atenção ao mundo exterior que às minhas reais necessidades. 

A necessidade de ser amado faz parte de nosso instinto de sobrevivência, portanto, é algo natural, enquanto seres que vivem em sociedade. Mas em nossa sociedade materialista onde autonomia é sinônimo de maturidade, muitas vezes esta necessidade é vista como um sinal de imaturidade ou infantilidade. Vamos esclarecer este preconceito: amar só se torna infantil quando se torna uma exigência unilateral: quando queremos apenas ser amados. 

Estranhamente, quando quero algo do outro, deixo de perceber a mim mesmo. Quando preciso do outro, passo a controlá-lo. Então, ao invés de expressar o meu amor, passo a cobrar por atenção. No lugar de dizer que amo, digo o que falta no outro para me sentir amada.

Quantas discussões entre casais, pais e filhos estão baseadas nesta troca de intenções!

Vamos exemplificar melhor este drama. Quando o parceiro se distancia, por razões alheias à sua parceira, ela se sente abandonada. Então, no lugar de dizer: "Quero estar mais próxima de você", ela diz: "Você está distante!". Este seu modo de alertar o outro de sua carência é defensivo. Ela não está sendo aberta, nem transparente, pois detrás de sua reclamação há um desejo de controlá-lo, para que ele seja do modo como ela quer. Ele, sentindo-se pressionado, perde a espontaneidade e afasta-se cada vez mais. Ela sentindo-se carente, torna-se refém da atenção dele!

Quando nos tornamos reféns do comportamento alheio, deixamos de estar conectados ao nosso sentimento de amar e esperamos apenas ser amados. Em outras palavras, deixo de perceber o que estou sentindo em relação a ele e apenas me atenho ao que ele está demonstrando sentir em relação a mim. A expressão do afeto se contrai sob a pressão e gradualmente ambos perdem a espontaneidade.

Há uma diferença entre expressar claramente o que se quer e cobrar indiretamente o que se necessita. No momento em que simplesmente expresso meu desejo, desobrigo o outro de atuar. Assim, ele já não se sente mais pressionado a mudar e torna-se naturalmente disposto a retomar a relação.

Ao perceber nossas verdadeiras necessidades, desejos e intenções, liberamos o outro da carga de adivinhar o que secreta e indiretamente desejamos. Deixamos de imaginar o que precisamos e passamos a sentir nossas reais necessidades.

Este processo exige auto-observação. Muitas vezes, dar-se conta de algo que nos falta dói mais do que imaginávamos. Perceber nosso bloqueio em saber receber pode ser uma surpresa maior do que pensávamos. Mas, a cada momento que percebo uma limitação interior tenho a chance de mudar. Como?

Começando por admitir que receber é bom. Não é uma ameaça. Só a experiência pode nos afirmar o que queremos ou não. Precisamos aprender a sermos sinceros com nossas necessidades frente aos desejos alheios. Isso ocorre quando nosso sim é um sim verdadeiro.

Não precisamos deixar de ser quem somos ao receber algo intencional de outra pessoa. Não precisamos usar máscaras sociais nos comportando como é esperado de nós. Nem nos sentirmos insuficientes e inadequados se não estivermos em condições de retribuir. Podemos ser autênticos! 

Nos sentimos amados quando o outro nos aceita tal como somos. Portanto, dar amor, é abrir-se para receber o amor que o outro tem para lhe dar. Dar um espaço de si para acolher o outro em seu interior.

Fonte: Bel Cesar

domingo, 10 de agosto de 2014

O MEDO DAS DECEPÇÕES

Em algum momento da vida, todos nós teremos decepções. Essa é uma verdade inabalável, pois faz parte do contexto planetário e cultural em que vivemos. Sofreremos, nos machucaremos e choraremos as lágrimas de tristeza que lavarão nossas almas. 

A causa de nossas decepções passa pela expectativa que criamos em relação aos outros. Alguns dizem que não devemos reclamar do que nós mesmos permitimos que os outros nos façam, citando ainda que todo o mal que nos fazem é responsabilidade nossa. Embora haja uma parcela de verdade nessa afirmação, é importante compreender que, no contexto de falhas em que estamos inseridos, é praticamente impossível não depositar expectativas nas pessoas. 

Confiar nos outros faz parte da dinâmica da vida. Confiamos no namorado ou namorada que julgamos nunca nos abandonará ou decepcionará; mas e se houver um outro relacionamento mais feliz e intenso nos esperando? A decepção não terá sido apenas um instrumento de realização de uma bênção? Confiamos no chefe amigo quando consideramos que ele jamais se voltará contra nós; mas e se houver uma ocupação profissional mais digna e mais humana a nos aguardar no caminho? A decepção não terá sido apenas o meio que Deus encontrou de nos dar algo melhor? Confiamos nos amigos íntimos criando a expectativa de que jamais nos abandonarão em nossos momentos sombrios; mas e se de fato houverem amigos que ainda nem conhecemos, aguardando nossa chegada em suas vidas, capazes de nos proporcionar experiências muito mais plenas? Não terá sido a energia universal que usou mais uma vez a decepção para nos colocar diante do que merecemos mais? 

E o pior: passamos a ter tanta certeza de que a decepção foi um alerta para que não nos aventurássemos de novo em confiar mais uma vez em outras pessoas, que interrompemos no meio do caminho e por nossa conta os planos que Deus poderia estar fazendo para nos migrar de lugar. Vivemos o bom, passamos a merecer algo melhor, vem Deus, desmonta tudo daquele "bom" e nos coloca no caminho a oportunidade do "melhor". Mas nos decepcionamos no meio do processo, e travamos a bênção. 

É preciso confiar. Quem não confia não vive as experiências encantadoras do caminho, preocupado demais se elas serão eternas. Nada é eterno.

Portanto, é natural - embora violentamente doloroso - que alguém nos decepcione pelo caminho, fazendo-nos crer que "não deveríamos ter confiado naquela pessoa". Mas... será que não deveríamos mesmo? Enquanto confiávamos, e enquanto ela correspondia às nossas mais doces esperanças de amor, ternura, amizade, cumplicidade e paz, não foi tão bom? Foi! Esse é o ponto!

O problema é que nos esquecemos de ser gratos pelo que vivenciamos de positivo em nossas relações e criamos logo uma cápsula protetora que nos impedirá de correr riscos. Paulo Coelho diz que "É preciso correr riscos, seguir certos caminhos e abandonar outros. Nenhuma pessoa é capaz de escolher sem medo".

As decepções virão, tanto quanto o fim das coisas, a morte do corpo e tantas outras circunstâncias que fazem o tempero da vida ter sabor. Mas o importante é que não tenhamos medo de viver de novo as experiências com outros companheiros, outros chefes, amigos, porque de tudo o que vivermos, a decepção é o que menos importa.

Fácil? De jeito nenhum. Sempre digo em minhas palestras que quem "fala ao público" é quem mais precisa ouvir o que diz. Também tenho meus medos e receios de "novas decepções" e é óbvio que a coisa não é tão simples. Mas conscientemente é indispensável que saibamos: o mais importante é a experiência em seu ápice da satisfação.

Vivemos experiências fantásticas, somos profundamente decepcionados e passamos a ter medo de viver outras experiências fantásticas pelo puro receio de sermos decepcionados de novo. Mas será que vale a pena pagar o preço da reclusão infinita por medo da decepção, mesmo sabendo que só se tornará decepção se o que acontecer antes for tão intensamente espetacular? Vale a pena não participar do espetáculo pelo medo de que ele acabe, quando sabemos que vai acabar em algum momento? 

Chico Xavier dizia sempre: "Isso também passa". Porque tudo passa. O bom e o ruim. Se temos a consciência clara de que somos espíritos imortais a viver infinitas variações de experiências, por que ter medo de viver o novo "de novo" apenas porque o "velho" já passou e acabou? 

Todas as dores que dilaceram nosso coração, quando não nos aniquilam as potências criativas e não nos levam às raias do suicídio e da loucura, são poderosos recursos de fortalecimento que nos transformam, com o tempo, em gladiadores valorosos. Mas gladiadores para digladiar com quem ou com o que? Com todas as decepções do futuro, que sabemos que um dia virão. Pode ser daqui 5 dias, pode ser daqui 50 anos. Não temos como prever. Mas temos como escolher hoje viver a magia das novas possibilidades do agora. Viver os encantos e as histórias mágicas que podem acontecer entre uma e outra decepção, significa viver a vida com toda a intensidade e gratidão a Deus pela oportunidade que Ele nos dá de mesmo em meio às agruras do caminho, receber suas dádivas.

Pense nisso!

sábado, 9 de agosto de 2014

INFÂNCIA NÃO É CARREIRA, E FILHO NÃO É TROFÉU




Nesse mundo contemporâneo, ter, ser, saber, parecem fazer parte de uma competição. Nesse mundo, alguns pais e algumas mães acabam acreditando que é preciso que seus filhos saibam sempre mais que os filhos de outros. E isso sim seria então sinal de adequação e o mais importante: de sucesso.

O que uma criança deve saber aos 4 anos de idade? Essa foi a pergunta feita por uma mãe, em um fórum de discussão sobre educação de filhos, preocupada em saber se seu filho sabia o suficiente para a sua idade.

Segundo Alicia Bayer, no artigo publicado em um conhecido portal de notícias americano – The Huffngton Post -, o que não só a entristeceu mas também a irritou foram as respostas, pois ao invés de ajudarem a diminuir a angústia dessa mãe, outras mães indicavam o que seus filhos faziam, numa clara expressão de competição para ver quem tinha o filho que sabia mais coisas com 4 anos. Só algumas poucas indicavam que cada criança possuía um ritmo próprio e que não precisava se preocupar.

Para contrapor às listas indicadas pelas mães, em que constavam itens como: saber o nome dos planetas, escrever o nome e sobrenome, saber contar até 100, Bayer organizou uma lista bem mais interessante para que pais e mães considerem que uma criança deve saber.

Veja alguns exemplos abaixo:

Deve saber que a querem por completo, incondicionalmente e em todos os momentos.

Deve saber que está segura e deve saber como manter-se a salvo em lugares públicos, com outras pessoas e em distintas situações.

Deve saber seus direitos e que sua família sempre a apoiará.

Deve saber rir, fazer-se de boba, ser vilão e utilizar sua imaginação.

Deve saber que nunca acontecerá nada se pintar o céu de laranja ou desenhar gatos com seis patas.

Deve saber que o mundo é mágico e ela também.

Deve saber que é fantástica, inteligente, criativa, compassiva e maravilhosa.

Deve saber que passar o dia ao ar livre fazendo colares de flores, bolos de barro e casinhas de contos de fadas é tão importante como praticar fonética. Melhor dizendo, muito mais importante.

E ainda acrescenta uma lista que considera mais importante. A lista do que os pais devem saber:

Que cada criança aprende a andar, falar, ler e fazer cálculos a seu próprio ritmo, e que isso não tem qualquer influência na forma como irá andar, falar, ler ou fazer cálculos posteriormente.

Que o fator de maior impacto no bom desempenho escolar e boas notas no futuro é que se leia às crianças desde pequenas. Sem tecnologias modernas, nem creches elegantes, nem jogos e computadores chamativos, se não que a mãe ou o pai dediquem um tempo a cada dia ou a cada noite (ou ambos) para sentar-se e ler com ela bons livros.

Que ser a criança mais inteligente ou a mais estudiosa da turma nunca significou ser a mais feliz. Estamos tão obstinados em garantir a nossos filhos todas as “oportunidades” que o que estamos dando são vidas com múltiplas atividades e cheias de tensão como as nossas. Uma das melhores coisas que podemos oferecer a nossos filhos é uma infância simples e despreocupada.

Que nossas crianças merecem viver rodeadas de livros, natureza, materiais artísticos e a liberdade para explorá-los. A maioria de nós poderia se desfazer de 90% dos brinquedos de nossos filhos e eles nem sentiriam falta.

Que nossos filhos necessitam nos ter mais. Vivemos em uma época em que as revistas para pais recomendam que tratemos de dedicar 10 minutos diários a cada filho e prever um sábado ao mês dedicado à família. Que horror! Nossos filhos necessitam do Nintendo, dos computadores, das atividades extraescolares, das aulas de balé, do grupo para jogar futebol muito menos do que necessitam de nós. Necessitam de pais que se sentem para escutar seus relatos do que fizeram durante o dia, de mães que se sentem e façam trabalhos manuais com eles. Necessitam que passeiem com eles nas noites de primavera sem se importar que se ande a 150 metros por hora. Têm direito a ajudar-nos a fazer o jantar mesmo que tardemos o dobro de tempo e tenhamos o dobro de trabalho. Têm o direito de saber que para nós são uma prioridade e que nos encanta verdadeiramente estar com eles.

Então, o que precisa mesmo – de verdade – uma criança de 4 anos?

Muito menos do que pensamos e muito mais!




sexta-feira, 8 de agosto de 2014

VOCÊ QUER SER VÍTIMA OU CRIADOR DE SUA REALIDADE?

Ao adotar uma atitude de abertura e receptividade, estamos prontos para começar a destruir as ilusões que nos impedem de acordar do pesadelo do sofrimento. Quando eu digo destruir soa como algo negativo, mas a verdade é que a sabedoria vem da destruição. O vácuo vem da destruição da nossa conversa interna -das ideias, opiniões, juízos e conceitos que estão lutando para ter a vanguarda da nossa atenção. Este ruído de fundo, esse zumbido de estática é o que nos mantém distraídos, cegos, ignorantes de nossa verdadeira natureza, da glória e da beleza de ser.

Presentes em nós mesmos é onde descobrimos o assombro. Sendo -sem nada mais, apenas o ser puro- é onde achamos a satisfação. Nesse vazio se descobre o indescritível e podemos conseguir tudo aquilo pelo que estivemos lutando, controlando, obtendo e nos queixando no intento de realizá-lo, para ser alguém, para nos superarmos.

Esteve aí o tempo todo, esperando por nós para levantar as mãos com desespero e, finalmente, parar de buscar a satisfação fora de nós. Quando achamos esse estado interior, a alegria do amor-consciência começa a penetrar cada momento, cada uma das nossas ações. Nós nos tornamos artistas, criadores, entregando ao mundo nossa própria expressão tão única. Não estamos tentando tomar, nem nos concentramos em como podemos nos beneficiar. Nós só estamos dando e adicionando nosso próprio sabor à mistura.

Nesta troca é que cada um começa a encontrar a felicidade e a satisfação. Nesta seção, é que destruindo as ilusões que turvam nossa visão de nós mesmos e do mundo, aprenderemos a transformar o vitimismo em criatividade, descobrindo as limitações da comodidade, destruindo a falsa noção da carência, superando a passividade, transcendendo a discriminação, olhando para além da aparente separação, transcendendo o próprio julgamento, entendendo a natureza sufocante do controle e começando a nos libertar de nossa própria repressão.

As circunstâncias que moldaram nossas vidas são tão únicas e individuais como a nossa personalidade -não há duas pessoas iguais. No entanto, a nossa capacidade de crescer como indivíduos, para evoluir como pessoas mais compassivas, amorosas e conscientes, não depende do que nos aconteceu, mas da nossa atitude em relação a essas situações.

Diante das dificuldades nos encolhemos ou crescemos? Resistimos ou usamos a situação para crescer? Em última análise, só há duas atitudes que podemos tomar na vida: a atitude de vítima ou de criador.

A vítima não pode ver a beleza, a abundância nem a perfeição inerente de cada momento porque tem uma ideia de como as coisas deveriam ser, uma ideia que tem sido inevitavelmente violada, uma ideia que está em desacordo com o que é.

Este sentimento de descontentamento gera raiva -raiva perante a vida, perante Deus- mas manifesta-se na vítima como passividade, peso depressivo, inércia e aparente falta de interesse, mostrando-se mais como tristeza que como raiva. Em última análise, representa o ódio e a violência contra si mesmo.

É a rejeição suprema ao que é: a violência em relação à vida. A única maneira de quebrar com este padrão de vitimização é pegando o papel de criador. Um criador aprecia sua criação, a vítima a crítica. O criador vive em apreciação, uma vítima reclama, sem assumir a responsabilidade. São totalmente opostos.

O criador abraça tudo o que se apresenta. Responde sim para tudo, o que lhe permite viver uma vida em abundância. A vítima, por outro lado, é ressentida e negativa. Não pode ver a perfeição e beleza inerentes à vida porque tem uma ideia rígida de como as coisas deveriam ser. Envolto em um cobertor de passividade fervente, transforma-se na ira suprema: a rejeição à existência, a negação ao que é. Toda vez que olho para a minha vida com um não ou com uma ideia melhor de como as coisas deveriam ser, estou rejeitando a vida.

A consciência vive na unidade do coração. Quando você é criativo, vive no amor e a necessidade desesperada de entender desaparece; o medo e sofrimento desaparecem, absorvidos pela alegria plena do ser puro.

Fonte: Isha