Como adultos, passamos diariamente por situações de estresse - maiores ou menores. Elas podem aparecer em diversos lugares, como no trabalho, na rua e até mesmo em casa. Alguns reagem ao estresse com mudanças no humor, e tornam-se pessoas mal humoradas e tristes. Já outros apresentam alterações na saúde psíquica, desenvolvendo doenças como depressão, transtorno de ansiedade, síndrome do pânico, conflitos em relacionamentos ou insônia.
Há, ainda, quem reaja ao estresse por meio de doenças que habitualmente são classificadas como psicossomáticas, como intestino irritável ou certos casos de asma. Também existe um grupo de pessoas que desenvolve doenças vistas, até pouco tempo, como puramente orgânicas, como diabetes, hipertensão e arteriosclerose. Mas por último há aqueles que, sob o peso das mesmas situações de estresse, não adoecem nem física e nem emocionalmente.
Essas diferenças atraíram a atenção do neurobiólogo canadense Michel Meaney, da Universidade McGill, em Montreal (Canadá). Suas pesquisas indicam que as diferentes reações ao estresse são condicionadas na infância. Conflitos familiares constantes, abusos físicos ou sexuais em crianças, uma educação muito severa ou negligência nos cuidados ou na educação que a criança precisa, são fatores que predispõem o futuro adulto a adoecer com mais facilidade, tanto mentalmente como fisicamente."Conflitos familiares constantes, abusos físicos ou sexuais em crianças, uma educação muito severa ou negligência nos cuidados ou na educação que a criança precisa, são fatores que predispõem o futuro adulto a adoecer com mais facilidade, tanto mentalmente como fisicamente."
Há um fator genético também envolvido, mas as experiências da infância são determinantes.
A criança passa não só por um crescimento em tamanho, mas pelo amadurecimento de seus órgãos internos. O sistema nervoso central e o sistema endócrino, com suas glândulas e hormônios, estão em formação e são muito afetados pelas experiências dolorosas da infância. Essas experiências marcam a forma de reação ao estresse, como uma informação que fica impressa no corpo, e se repete sempre que a pessoa se encontra diante de situações que inconscientemente têm relação com os sofrimentos vividos na infância. É por isso que muitas reações ao estresse parecem infantis, porque é a criança machucada que está atuando!
Quando o adulto - por meio de um trabalho terapêutico - reconhece as feridas físicas e emocionais que a sua criança interior carrega, ele dá o primeiro passo no sentido de acolher a criança que ele foi e libertar sua vida de adulto daquelas reações infantis. Isso o permite viver como uma pessoa livre e responsável. Afinal, é uma prisão reagir sempre da mesma maneira ao que acontece em nossas vidas. E quando podemos deixar de agir conforme o padrão, e mesclar o pensar e o sentir antes de agir, alcançamos a maior liberdade que podemos almejar!
Fonte: http://www.personare.com.br/crianca-estressada-pode-virar-adulto-doente-m3199
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