SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS

Aqui é o templo sagrado, em que nos permitimos desfrutar o contemplar da Vida, do Amor, da Alegria, do Perdão, da Gratidão, da Felicidade Plena, da verdadeira Paz ... tudo de bom. Navegue à vontade, deleite-se e se entregue plenamente com todo seu Ser. Um cantinho de amor, realizado para todos nós.

QUEM SOU EU?

EU sou presença Divina da Paz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina da Luz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina do Amor. Eu sou o EU

EU sou presença de Deus em ação. Eu sou o EU

EU sou a porta aberta do meu coração, que, nada, nem ninguém pode fechar. Eu sou o EU.

sábado, 2 de março de 2013

O CAMINHO

Antes de principiar a viagem, juntamos nossa bagagem, preparamos alguns mantimentos, e nos aprontamos.
A viagem.
A nossa viagem é a vida. É o caminho que seguimos e escolhemos.
A vida não é um ente com personalidade própria, como às vezes chegamos a pensar. Nossas vidas são manifestações daquilo que criamos para nós, em pensamentos, sentimentos e ações. Como centelhas do Coração de Deus, carregamos o poder tríplice, ou a Chama Trina dentro de nós. 
É a chama que nos liga, nos conecta diretamente ao Criador. Em nosso corpo físico está localizada no chackra cardíaco. Dizem as escrituras que “Deus é Amor.”  Portanto, em nosso coração habita a Presença Daquele que é, do EU SOU O EU SOU.  Por meio do poder desta tríplice chama, que manifesta o Poder Criador, a Sabedoria e o Amor em nós, é que podemos criar tudo aquilo que desejamos.  Em outras palavras, é por meio de nossa Presença Divina, que é Pai, Filho e Espírito Santo dentro de nós, que criamos nossas vidas, nossos caminhos.
A Presença de Deus é onipresente. 
Ela habita em nós, e em cada célula nossa, sustentando e alimentando nossos corpos: físico, emocional e mental.
“O pão nosso de cada dia nos dai hoje, Senhor”. 
Estas palavras, mais profundamente, além de clamarem ao Pai pelo alimento do nosso corpo, pedem também pelo alimento do espírito.
Na Santa Ceia, Jesus afirma que o pão que os apóstolos comiam era o corpo Dele, o corpo do Cristo, ou corpo crístico. Quando pedimos ao Senhor o pão de cada dia, na verdade, estamos pedindo pelo alimento do espírito: a luz de Deus, o amor de Deus, o corpo de Cristo.  Oramos por isso para que caminhemos e sigamos sempre inspirados e sustentados pela mais pura luz da Presença Divina em nós.
Não podemos jamais esquecer: o pão que nos alimenta espiritualmente é o amor divino, a luz divina. Quando pedimos pelo alimento do espírito, solicitamos à nossa própria Essência Divina que nos alimente e inspire sempre, para que não esqueçamos nossa verdadeira origem e nosso propósito como filhos de Deus: manifestar em sua plenitude o amor, a abundância, a paz e a felicidade.
Nós, Presenças Divinas, somos passageiros na Terra. Apenas ditamos ao cocheiro, nossa mente, o caminho correto a seguir. Outro sinônimo para o passageiro é a Presença do EU SOU. Somente Ela sabe o caminho, e deve orientar e domar nossa mente, para que sigamos pela estrada certa.

sexta-feira, 1 de março de 2013

VOCÊ É LUZ

Sozinhos, somos estrelas que cintilam...
Juntos,compomos o corpo de luz deste planeta.
Trazemos na memória o amor e as conquistas
de nossas caminhadas...
Porque temer?
É chegada a hora de “Ouvir” as nossas
vibrações pessoais...
Cada um...ouça o seu som!
Sinta sua Luz!
Perceba a verdade que habita seu coração.
Sinta o seu propósito ao longo das eras...
“Ouça” as estrelas...
O universo está aí...
Bem dentro de você!
Cada astro, cada estrela, cada lua,
cada sol...tem seu lugar.
Há mais vida, há mais organização do que suspeitamos....
É hora de mostrar ao mundo a sua luz.
De fazer vibrar o seu som...
É hora de retribuir para o plano maior!
Por um mundo melhor...
Rituais de passagens são movimentos de renovação
e de silenciosas transformações...
Deixe-se levar por seu coração.
Ele sabe o caminho...
Deixe a luz penetrar...
Inspire a força que vem do cosmos, erga a cabeça
e caminhe, guiado pela verdade.
Seja pleno, feliz, pois você é...
“Filho amado de Deus”.
Que a Luz o Amor e o Poder,
Restabeleçam o Plano Divino,
Sobre a Terra!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

JULGAMENTOS E MAIS JULGAMENTOS



Nossas vidas são dominadas por julgamentos e críticas que fazemos a nós próprios e aos outros. Alguns de nós julgam as críticas positivas como benéficas para o desenvolvimento do Ser... e em alguns casos são... mas em outros, em que de alguma forma condicionam a liberdade do visado, já não o são, pois constituem-se como forma de manipulação da vontade alheia.

Se chamarem críticas às palavras de orientação que possamos trocar com outras pessoas, que lhe possibilitam um exame de consciência e uma mudança consciente de pensamentos, atitudes e comportamentos, então sim, essas serão as críticas construtivas e plausíveis de permitirem um crescimento à pessoa que as integra na sua nova consciência.
Seja como for, no que diz respeito aos julgamentos, devemos de nos abster de todos, sobretudo aqueles que nos dizem respeito. Todos temos um ego individual que está sempre pensando, balanceado entre o passado e o futuro, e procurando culpados ou culpando-nos de algo.
Reparem só o que acontece normalmente quando inquiridos sobre qualquer fato que consideramos negativos. Imediatamente há como que uma voz interior que nos separa do mundo e que nos diz de imediato: “Eu não tive culpa”. E isto é o que sempre acontece quando nos julgamos. Por vezes este julgamento é mais complexo, admitindo a plena dualidade do nosso ego, acabando por dar ouvidos aos nossos advogados internos de defesa e de acusação, até que a nossa consciência enquanto juiz não determina a culpa e a sentença. A harmonia entre estes dois aspectos da nossa personalidade só é possível quando a mente se tranquiliza e não se preocupa em se está ou não a fazer.
O nosso melhor desempenho, no trabalho e na vida em geral, no que respeita à percepção psíquica dos acontecimentos, acontece quando a nossa mente está tranquila e no presente, permitindo a ação sem a preocupação do seu resultado. Na filosofia Zen, este comportamento é chamado de muga, ou seja, uma consciência da ação onde falta o sentimento de “estou fazendo isto”. Aí, então, não há julgamento, não há o ganhar ou perder, não há o bem ou o mal. Simplesmente faz-se o melhor que se pode e sabe, quando se reage a qualquer estimulo externo, seguindo por isso uma única orientação interna, sem esforço e guiado fundamentalmente pela experiência.
Ser uma pessoa que não faz julgamentos não significa ignorar falhas ou erros. A ideia não é desligar o cérebro e parar de decidir o que funciona ou não. Ser uma pessoa que não faz julgamentos, significa observar as coisas tal como elas são, sem rotulá-las de boas ou más, de certas ou erradas... em vez disso é permitir-nos aceitar que os erros fazem parte da nossa aprendizagem, que não há boas nem más decisões. Apenas a escolha que a nossa consciência permite que façamos em cada momento em que estejamos presentes conosco mesmos.
Estar focado no momento presente, permite-nos retirar de cada experiência as consequências da nossa escolha, dá-nos a necessária sabedoria para que aprendamos de uma forma mais vivida e mais sentida, o que em termos cognitivos é muito mais eficaz e persistente em termos de memorização.
Assim sendo, julgamentos para quê? A quê que eles nos conduzem afinal?
Vivam cada momento como algo único. Afinal o milagre da vida desencadeia-se em cada momento da nossa existência e não no passado, que já foi... nem no futuro que nem sabemos se irá acontecer.
Viva com alegria no milagre da sua vida em cada instante e no seu presente e sentirá a presença de Deus em si, em cada escolha que fizer.
Amem-se... Amem-se muito sem julgamentos...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

VIVER UMA VERDADEIRA EXPERIÊNCIA AMOROSA

Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida. Gostar é sentir com a alma, mas expressar os sentimentos depende das idéias de cada um. Condicionamos o amor às nossas necessidades neuróticas e acabamos com ele. Vivemos uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades enquanto nós nos abandonamos irresponsavelmente.


Queremos ser amados e não nos amamos, queremos ser compreendidos e não nos compreendemos, queremos o apoio dos outros e damos o nosso a eles. Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha a preencher o buraco que nós cavamos. A insatisfação, o vazio interior se transformam na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão. 

Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades. Só quem se ama pode encontrar em sua vida Um Amor de Verdade.

Fonte: Zíbia Gasparetto http://pensador.uol.com.br/frase/M/Tk5NDA

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A MAGIA DAS ÁRVORES


Árvores. A mera presença delas desperta uma paz e um sossego na alma humana. Esse é um segredo que explica por que –  desde os tempos mais remotos – em todos os cantos do mundo, os sábios e místicos  têm usado florestas como locais de refúgio e de inspiração.

Há uma relação natural e instintiva entre a árvore e o homem. Até os seus modos de respirar se completam. Aquele que medita pode aprender com as árvores uma sábia e serena imobilidade. Na antiga Índia, conta a lenda que Gautama Buda alcançou a iluminação ao pé de uma grande árvore chamada Bodhi, símbolo da sabedoria universal. Sentou-se ali em um entardecer, foi saudado amorosamente pelos seres da floresta, e travou sua batalha final. No momento da aurora, venceu  definitivamente a ilusão e a ignorância.

É difícil imaginar seres tão benéficos quanto as árvores.  Elas embelezam a paisagem, dão sombra, madeira, frutas, e são o refúgio e abrigo de pássaros e outras espécies de animais. Comunicam o subsolo com a atmosfera e purificam o ar.  Atraem nuvens, regulam as chuvas, estabilizam o clima e garantem a umidade do solo. Combatem a erosão e evitam o excesso de ventos.
Mas, além das suas funções vitais e práticas, a árvore tem uma forte natureza mágica. Ela é universalmente considerada um símbolo do relacionamento entre céu e terra. Com sua estrutura vertical – o tronco – a árvore estabelece um eixo simbólico de ligação entre o mundo físico e o mundo divino.  Por outro lado, seus galhos, ramos, folhas e frutos reúnem toda uma comunidade de aves, insetos, répteis e pequenos mamíferos, o que é um símbolo da infinita diversidade da vida.

Naturalmente, o Paraíso da tradição judaico-cristã é um bosque. Ali, segundo  Gênesis, II,  “Deus fez crescer do solo  toda espécie de árvores formosas e boas de comer”. Porém, há duas árvores que se destacam nesse local sagrado. Uma delas é a árvore da sabedoria, que dá o conhecimento do bem e do mal.  A outra é a árvore da vida, que simboliza a imortalidade. 
Estas duas árvores não são inteiramente exclusivas da Bíblia: em seu tratado sobre história das religiões, Mircea Eliade destaca que os antigos babilônios também situavam duas árvores na entrada leste do Céu. Uma era a árvore da vida, e a outra a da verdade.  

No Bhagavad Gita hindu (Cap. XV), o Universo é uma árvore invertida que tem suas raízes no céu e suas folhas e frutos na Terra. Seu nome é Asvartha, e sua imagem simboliza a manifestação concreta da vida cósmica.  A mesma árvore com raízes no céu e frutos na terra aparece sob o nome de Yggdrasil no folclore dos países do Norte da Europa.

Do ponto de vista microcósmico, essa árvore mitológica representa cada alma humana, cujas origens e raízes estão na eternidade, mas cujas folhas e frutos são as atividades práticas do mundo concreto.
Mas, macrocosmicamente, esta árvore simboliza o universo material como um todo, que surge periodicamente do mistério e do mundo oculto para florescer em uma vida física e espiritual infinitamente variada.
Cada ser humano, como cada árvore, é uma miniatura e um resumo do universo. Esse é um dos motivos pelos quais temos tanto a ganhar convivendo com as árvores. A experiência de comunhão com elas faz parte de uma comunhão maior com toda a natureza e liberta a alma humana de seu sofrimento. John Muir, o grande pioneiro da preservação ambiental, deu seu testemunho a respeito.
Certo dia, no final do século 19, John estava decepcionado com alguns  seres humanos. Para recuperar a consciência da sua unidade interior com todas as formas de vida, ele foi nadar sozinho em um grande lago, em região desabitada. Mais tarde, contou: “Foi o melhor batismo de água que jamais experimentei”.  Ao sair do lago, ele olhou para o  norte  e viu as montanhas. Observou como as curvas suaves do vale desciam até mergulhar nas águas do lago.  Então decidiu: “Agora terei outro batismo. Vou mergulhar minha alma no alto céu. Avançarei entre os pinheiros, entre as ondas de vento do topo das montanhas”. Para Muir, não havia templo melhor que a natureza a céu aberto. 

A árvore é cantada em prosa e verso nas mais diferentes culturas, e está presente nas imagens primordiais das várias religiões. O taoísmo ensina que uma árvore sagrada, um pessegueiro, cresce na montanha K’un-lun e floresce uma vez a cada mil anos. São necessários três mil anos para que o fruto desse pessegueiro amadureça. O seu pêssego milenar é grande como um melão, mas  vermelho e brilhante. Uma mordida nele é suficiente para que a pessoa prolongue sua vida até mil anos. Só os imortais, que alcançaram a sabedoria eterna, têm as credenciais necessárias para alimentar-se com o fruto do pessegueiro em flor.

Era nas florestas que os sábios taoístas, budistas e hindus se refugiavam, mantendo-se afastados ao mesmo tempo da sociedade mundana e das burocracias religiosas.  Também os magos druídas desenvolveram sua sabedoria nas florestas.  
O humilde e silencioso crescimento de cada árvore é um símbolo cósmico da transformação do que é pequeno no que é grande, do que é potencial no que é real. No Novo Testamento, Jesus afirma que o Reino dos Céus é “semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou em suas mãos e lançou em sua horta; ele cresce, torna-se árvore, e as aves do céu se abrigam em seus ramos” (Lucas, 13: 18).

Mas a popularidade universal das árvores não impediu a sua constante destruição em função de interesses materiais de curto prazo. 
No mundo antigo, as novas civilizações surgiam  saudáveis em regiões bem florestadas. Algum tempo depois, as populações já se multiplicavam e o consumo de madeira crescia excessivamente. As árvores eram usadas como  lenha – algo indispensável para fundir metais –  e também como material para construir casas e  barcos.

É verdade que o mundo grego já procurava proteger suas florestas desde Aristóteles. As cidades da Grécia tinham os seus arvoredos sagrados,  equivalentes aos parques nacionais de hoje. Mas, apesar das cautelas, esses bosques intocáveis foram destruídos.   A decadência de Atenas, a partir de 404 a.C. está relacionada com o esgotamento das suas florestas durante as guerras.
Cada sociedade que ganhava poder e influência usava a guerra como meio de expandir-se. Então as reservas florestais eram usadas para fundir metais, para produzir armas e construir navios de combate. O  desmatamento descontrolado  provocava a erosão do solo, que destruía a produtividade agrícola, provocando a decadência da sociedade e finalmente a sua derrota nas guerras.  Por isso, Helena Blavatsky escreveu que a decadência de uma civilização se segue à destruição das suas florestas tão inevitavelmente quanto a noite segue o dia.
O mundo romano, como a sociedade grega, devia sua força às árvores. A floresta era considerada mãe de Roma. Todo o crescimento do império romano se baseou sobre o uso das florestas e de outros recursos naturais, no seu próprio território e nos territórios de povos distantes. Mas valeu a regra geral e o caso de Roma não foi uma exceção: no seu devido tempo, a destruição das florestas e da base ecológica da vida ajudou a provocar a decadência e o fim do vasto império que dominava o  mundo.

Ao longo de milênios, enquanto alguns cortavam as árvores, outros as viam como seres sagrados. Com seu charme encantador, elas sempre inspiraram sentimentos religiosos. Na Inglaterra, só no século 11 a Igreja cristã, finalmente, decretou que era “pecado” construir um santuário em torno de uma árvore. Mas em 1429, o clérigo de Bungay ainda sustentava que as imagens religiosas não tinham muito valor, e que as árvores tinham mais energia e virtude, “sendo mais adequadas ao culto do que pedras  ou madeira morta esculpida com a forma de um homem”. Alguns dos primeiros protestantes  consideravam que se podia rezar tanto nos bosques como nas igrejas.

Quando a madeira começou a escassear na Inglaterra do século 17, surgiu a prática do reflorestamento e a preservação florestal ganhou força. A admiração pelas árvores também se apoiava em certos mitos cristãos, na época considerados literalmente verdadeiros. Em 1670, por exemplo, John Smith, especialista em silvicultura, sustentava que alguns carvalhos ingleses ainda vivos haviam surgido no primeiro verão depois do Dilúvio, e que uns poucos entre eles eram, inclusive, “do momento da Criação do mundo”.

Exageros à parte, os fiéis das paróquias inglesas faziam uma peregrinação anual. Durante a caminhada, paravam de quando em quando diante de um carvalho de maior porte para ler as escrituras e  rezar ao pé da  árvore, que consideravam sagrada. O poeta inglês Alexander Pope escreveu que uma árvore  é “uma coisa mais nobre do que um príncipe em traje de coroação”. As árvores eram temas de livros. Plantá-las era um esporte em toda a Europa. Essa tendência cultural compensou, em parte, a devastação causada pela revolução industrial, cuja poluição ambiental era extrema.

O que dizer do Brasil? Nosso país deve seu nome a uma árvore. Depois de 500 anos de desmatamento, ainda  somos donos de mais da metade da maior floresta tropical do mundo. As árvores ocupam lugar central em nossa história, nossa economia e nossa cultura. As lendas tradicionais falam de Curupira, o deus que protege as florestas brasileiras. Ele é um pequeno índio com os pés voltados para trás, e seu corpo não tem os orifícios necessários para as excreções indispensáveis à vida. Por isso, o povo do Pará o chama de muciço. No Amazonas, Curupira é visto como um pequeno índio de quatro palmos de altura, careca, mas com o corpo coberto de pelos. No rio Tapajós, ele tem apenas um olho. O pequeno deus Curupira é dotado de uma força extraordinária. Para experimentar a resistência das árvores antes de uma tempestade, ele bate nelas com o calcanhar. Curupira tanto mostra a caça como a esconde. Sua função é proteger a mata e seus habitantes. Todo aquele que derruba ou estraga inutilmente as árvores é punido por ele com o castigo de caminhar indefinidamente pelo bosque sem poder lembrar do caminho de casa.  Por isso era temido pelos  indígenas. “Curupira foi o primeiro duende selvagem que a mão branca do europeu fixou em papel e comunicou a países distantes”, escreveu Luis da Câmara Cascudo. José de Anchieta já o citava em uma carta de 1560. Mas seu nome tem variações: no Maranhão,  esse deus da floresta se chama Caipora.  Ele tem  uma presença marcante nas lendas do sul brasileiro, e ganha o nome de Curupi  no Paraguai e na Argentina.

Os mitos brasileiros registram o conceito de caapora (caipora no norte e nordeste) para designar genericamente qualquer um dos espíritos da natureza que aparecem nas florestas. Mas Caapora também está associado aos pequenos animais selvagens, enquanto que Anhanga é o espírito que protege os animais maiores, como a paca, a anta, a capivara e o veado. A caipora nordestina é mulher, aparece quase sempre montada em um porco-do-mato, e ressuscita os animais abatidos.

O simbolismo universal das árvores é rico e complexo –  e estimula a busca da sabedoria. Cada espécie de árvore irradia uma influência e uma vibração próprias, que os seres humanos buscam descrever com palavras.  O espírito do cipreste, por exemplo, representa a imortalidade. O pinheiro, a árvore escolhida para as festas de Natal, é outro símbolo da vida espiritual.  A acácia representa a verdade, assim como o sicômoro simboliza a bondade.   O carvalho é a árvore de Zeus, de Júpiter, e simboliza a força divina e o eixo do mundo. A aveleira, que dá a avelã, representa a fertilidade e ainda fornece a madeira de que são feitas as varinhas mágicas. A figueira e a oliveira simbolizam a abundância. A figueira também pode representar o eixo do mundo, como o carvalho. A videira é uma árvore sagrada tanto na tradição egípcia como na antiga Israel, e alguns a associam à Árvore da Vida. A mamona –  que aparece na breve história bíblica de Jonas – simboliza a imprevisibilidade do futuro e nos ensina o desapego. Ela nos faz lembrar que,   apesar das aparências, a  vida  raramente é linear e contínua.  

Os significados e as influências espirituais das árvores são inesgotáveis.  Em diferentes momentos da nossa vida, cada árvore – em um parque, uma rua ou um quintal – traz a nós mensagens diferentes. Devemos estar abertos ao diálogo silencioso com estes seres benéficos. Há inúmeras vantagens nisso.
Segundo o filósofo Plotino, todas as plantas buscam a felicidade. De fato, a filosofia esotérica ensina que, assim como os animais mais evoluídos já fazem força para aproximar-se do desenvolvimento mental, as plantas, por sua vez, avançam no sentido do desenvolvimento das emoções.

Ora, as árvores estão entre os habitantes mais sábios e evoluídos de todo o reino vegetal. Há inúmeros relatos de que elas são capazes, à sua maneira, não só de receber os nossos sentimentos de amizade mas também de responder a eles. Nossa pobre inteligência humana só tem a ganhar quando percebemos a inteligência das árvores. O conteúdo das lições que elas nos trazem, porém, depende da nossa capacidade de deixar de lado as coisas pequenas, que pensamos que conhecemos, e de abrir-nos para a magia da vida. 

Fonte: http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=216#.USkqXR0p_zk  por  Carlos Cardoso Aveline