SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS

Aqui é o templo sagrado, em que nos permitimos desfrutar o contemplar da Vida, do Amor, da Alegria, do Perdão, da Gratidão, da Felicidade Plena, da verdadeira Paz ... tudo de bom. Navegue à vontade, deleite-se e se entregue plenamente com todo seu Ser. Um cantinho de amor, realizado para todos nós.

QUEM SOU EU?

EU sou presença Divina da Paz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina da Luz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina do Amor. Eu sou o EU

EU sou presença de Deus em ação. Eu sou o EU

EU sou a porta aberta do meu coração, que, nada, nem ninguém pode fechar. Eu sou o EU.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

CONSCIÊNCIA MANIFESTA - Eckhart Tolle




"A alegria do Ser é a alegria de estar consciente. A consciência já é consciente. Ela é o não manifestado, o eterno. O universo porém, só está se tornando consciente pouco a pouco. A consciência em si é infinita e, portanto, não evolui. Nunca nasceu e não morre. Quando ele se transforma no universo manifestado, parece estar sujeita ao tempo, e a um processo evolutivo. Nenhuma mente humana é capaz de compreender plenamente o motivo desse processo. No entanto, podemos ter um vislumbre dele dentro de nós mesmos e vivenciá-lo como participantes conscientes.

A consciência é a inteligência, o princípio organizador por trás do surgimento da forma. Ela vem elaborando formas por milhões de anos para que possa se expressar através delas no plano manifestado.  Embora o nível não manifestado da consciência pura possa ser considerado outra dimensão, ele não está separado dessa dimensão da forma. A forma e a ausência dela se interpenetram. O não manifestado inunda essa dimensão como consciência, espaço interior, presença. Como ele faz isso? Por meio da forma humana que se torna consciente, e assim, cumpre seu destino.

A consciência encarna na dimensão manifestada, ou seja, toma forma. Quando faz isso entra num estado semelhante ao sonho. A inteligência permanece porém, a consciência fica inconsciente de si mesma. Perde-se nas formas, identifica-se com elas. Isso poderia ser descrito como a descida do divino à matéria.

No nosso planeta, o ego humano representa o estágio final do sono universal, a identificação da consciência com a forma. É uma etapa necessária na evolução da consciência.

O próximo passo na evolução humana não é inevitável, mas pela primeira vez na história do planeta, pode ser uma escolha consciente. Quem está fazendo essa escolha? Você está. E quem é você? A consciência que se tornou consciente de si mesma.

O cérebro humano é uma forma altamente diferenciada pela qual a consciência entra nesta dimensão. Ele contém aproximadamente 100 bilhões de células nervosas ( os neurônios ) quase o mesmo número de estrelas que existem na nossa galáxia, e poderia ser considerado um cérebro macrocósmico. Esse órgão não cria a consciência. No entanto, ela o criou - como a mais complexa forma física sobre a Terra - para sua expressão. Quando ele sofre um dano, isso não significa que perdemos a consciência, e sim que, ela não consegue mais usar essa forma para entrar nessa dimensão. É impossível perder a consciência, porque ela é, em essência, quem nós somos. Só podemos perder aquilo que temos, e não algo que somos.

Embora não possamos conhecer a consciência, somos capazes de nos tornar conscientes dela como nós mesmos. Temos como senti-la diretamente em qualquer situação, não importa onde estejamos. Podemos senti-la aqui e agora como nossa verdadeira presença, o espaço interior em que as palavras dessa página são percebidas e se transformam em pensamentos. Ela é o EU SOU subjacente. Por exemplo, as palavras que você está lendo e nas quais está pensando são o primeiro plano, enquanto o EU SOU é o substrato, o pano de fundo implícito em cada sensação, pensamento e sentimento.

Compreender a espiritualidade é ver com clareza que o que nós percebemos, vivenciamos, pensamos ou sentimos não é, em última análise, quem somos, que não podemos nos encontrar em todas essas coisas transitórias.

É provável que Buda tenha sido o primeiro humano a entender isso - razão de ter sido a anatta ( a noção de não-eu) um dos pontos centrais do seus ensinamentos. Quando Jesus disse: "Negue a si mesmo", sua intenção era formar: Desfaça a ilusão do eu separado. Se o eu - o ego- fosse de fato quem somos, seria um absurdo negá-lo.

O que permanece é a luz da consciência, sob a qual percepções, sensações, pensamentos e sentimentos vêm e vão. Isso é o Ser, o mais profundo e verdadeiro eu. Quando sabemos que somos isso, qualquer coisa que ocorra na nossa vida deixa de ter importância absoluta para adquirir uma importância apenas relativa. Respeitamos os acontecimentos, mas eles perdem sua seriedade plena, seu peso.

Quando as formas com as quais nos identificamos, que nos dão a percepção do eu, desmoronam ou são removidas, o ego entra em colapso, uma vez que ele é a identificação com a forma. No momento em que não há mais nada com que possamos nos identificar, quem somos nós? Assim que as formas ao nosso redor morrem, ou quado sua morte se aproxima, nossa percepção da Existência do EU SOU, fica livre das ligações com a forma; o espírito é libertado de sua prisão na matéria. Passamos a compreender nossa identidade essencial como informe, como uma presença onipresente do Ser, antes de todas as formas, de todas as identificações. Entendemos nossa verdadeira identidade como a consciência propriamente dita, não como algo ao qual a consciência se vinculara.Essa é a paz de Deus."

terça-feira, 3 de junho de 2014

A SABEDORIA DE MUDAR A SI MESMO


Hoje vi uma postagem no Facebook que dizia: "Ontem eu era inteligente, queria mudar o mundo. Hoje sou sábio, estou mudando a mim mesmo". Compartilhei imediatamente por achar que isso traz um ensinamento profundo.


O que a maioria das pessoas faz é tentar mudar as outras. Isso é, na verdade, uma tentativa de alterar a realidade exterior para ter paz interior. Tenta-se mudar o comportamento e a forma de pensar de outras pessoas que nos incomodam, para que finalmente possamos ser felizes. Esse é um caminho certo para gerar sofrimento para si mesmo.

O mecanismo que acontece é o seguinte. Sempre que alguém se comporta ou deixa de se comportar da maneira que gostaríamos, surge dentro de nós um desconforto. Esse desconforto é simplesmente o nosso julgamento sobre a realidade. É uma reação interna, totalmente nossa. E pra que possamos ficar em paz novamente, tentamos fazer com que as pessoas mudem. Mesmo quando não falamos nada e não tomamos nenhuma providência pra que isso aconteça, fica o desejo latente no nosso interior.

O resultado desse querer frustrado de alterar a realidade é o sofrimento. Esse sofrimento pode ser manifestar em forma de raiva, impotência, frustração, tristeza e vários outros sentimentos.

A partir daí surge a dependência, o comportamento controlador, a crítica, julgamento, e, em casos mais graves, a agressão verbal e física.

Recentemente, conversando com um amigo que é bem mais novo do que eu, ele me falou que ficava incomodado com sua avó quando ela lhe dizia que ele tinha demorado muito no banho, e que deveria ter sido mais rápido. Perguntei, então, por que isso o incomodava tanto. Ele justificou o incômodo dizendo que não adiantava ela ficar dizendo o que deveria ter acontecido, por que já tinha passado, e não tinha como mudar.

Então eu falei pra ele: "Na sua visão, ela deveria parar de pensar dessa forma, parar de reclamar. É interessante, você sofre do mesmo mal que ela sofre. Ela quer que você mude e tome banho mais rápido. E você quer que ela mude e pense de forma diferente, que ela aceite o tempo do seu banho ou não expresse a opinião dela. Por isso você sofre. No momento em que você aceitar o que ela pensa, sem julgamento, a opinião dela não fará diferença pra sua paz interior. Os julgamentos da sua avó vão apenas causar desconforto pra ela mesma".

Uma coisa acontece quando reclamamos, rebatemos e tentamos mudar as outras pessoas: o outro lado resiste. Ou seja, tudo isso acaba contribuindo para mais conflito. Se a reação dele à reclamação da avó fosse totalmente neutra e sem julgamento algum, provavelmente a avó pararia de reclamar. Isso acontece porque os embates alimentam o nosso ego, a nossa sombra. Quando estamos discutindo ou tentando convencer alguém, o ego se fortalece. Ele tenta subjugar a outra pessoa pra se sentir superior. E a outra pessoa tenta fazer o mesmo com você. É um jogo que acontece de forma inconsciente. Por isso, quando não é criada uma resistência do outro lado, o ego não tem mais com quem disputar; não há mais alimento pra que ele se fortaleça. Assim, o embate acaba.

Talvez você já tenha passado pela experiência de tentar mudar o comportamento através da crítica. E provavelmente você deve ter percebido que não funcionou. Eu conheço um casal que tem 40 anos de casados e tem comportamentos em que um ainda reclama do outro durante esse tempo todo. Se a crítica fosse uma forma eficiente de promover mudança, os dois teriam moldado perfeitamente o comportamento para se encaixar com o outro.

Tem uma coisa também muito interessante que acontece com quem começa a entrar nesse caminho de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Às vezes, a pessoa faz um curso que a leva a ver um monte de comportamentos, crenças e formas de agir que levam ao sofrimento. Fica encantada com tudo isso. E aí, quando sai do curso, começa a mostrar isso pras pessoas, apontando como elas estão julgando e causando sofrimento para elas e pros outros. E isso começa a gerar antipatia. Age como se fosse um professor que aponta as falhas dos outros, ou seja, começa a julgar as pessoas e tentar mudar seus comportamentos.

Ou seja, a pessoa que teoricamente deveria estar agora mais compassiva, menos julgadora, olhando mais para as suas reações internas procurando melhorar a si mesma, começa a desviar desse caminho e passa a observar e se incomodar com o comportamento das outras pessoas. Muitos ficam tentando de forma insistente fazer com que os outros façam o curso que ela fez. Isso gera resistência e as pessoas começam a fugir.

Confesso que já passei um pouco por esse estágio quando comecei. Hoje a minha "tática" é bem diferente. Na verdade, não há tática nenhuma. Eu apenas procuro ser o melhor que consigo e, através do exemplo, a nossa influência aumenta muito. Se alguém me pergunta algo sobre essa área, eu falo. Se a pessoa não demonstra interesse, sem problema. Escrever textos como esses e postar no meu blog, no Facebook e outros sites é também uma forma de deixar disponível o que eu sei que pode ajudar outras pessoas, deixando-as livre para ler, se elas assim quiserem.

Gaste a sua energia, suas observações e julgamentos para mudar a você mesmo. Sempre que quiser dar um conselho pra alguém ou criticar de alguma forma, observe se você vem seguindo esse conselho na sua vida, ou se vem fazendo ou já fez exatamente o que você tem vontade de criticar no outro. Se você for honesto consigo mesmo certamente encontrará muito o que mudar em você.


Fonte: por Andre Lima

segunda-feira, 2 de junho de 2014

PERDAS


Durante nossa vida, conhecemos um número enorme de pessoas, muitas das quais se tornam amigos queridos. Nas mudanças e andanças, vamos deixando pelo caminho muitos desses relacionamentos e poucos continuam persistindo com o passar do tempo. E alguns gostaríamos de voltar a encontrar novamente, do jeito que foi no passado, com os mesmos sentimentos que nos prendiam a eles... Mas, infelizmente, quando tentamos refazer a relação, geralmente percebemos que já passou - e ficamos tristes! Uma saudade grande enche nosso coração e um sentimento de vazio e perda persiste, fazendo sofrer. Mas, à medida que vou vivendo, percebo que isto é inevitável! Porque a vida é um processo muito dinâmico, durante o qual nos modificamos e as outras pessoas também. Aliás, para isto vivemos, em primeiro lugar. Não encarnamos para sermos como éramos, mas para aprendermos alguma coisa nova!

Já me ocorreu, várias vezes, querer procurar alguém que foi importante pra mim, numa ânsia de reviver um momento feliz, tendo que chegar à conclusão triste de que já não dá mais.

Aceitar esta situação, confiando na dinâmica da vida, é uma sabedoria. Algumas pessoas podem nos acompanhar por uma vida inteira e sempre teremos com elas pontos de contato, enriquecedores para as duas partes. Mas outras, talvez a maior parte delas –nossos colegas de estudo, por exemplo– já estão a trilhar outros caminhos, em situações diversas, seguindo a trajetória que lhes cabe, como seres únicos da criação.

Para podermos receber bem o momento presente, é necessário que essas perdas sejam bem compreendidas e aceitas, ou ficaremos sem a condição de abraçar o que chega neste instante, espelhando para nós a atual realidade interna de nossa alma.

Que o passado seja abençoado por todo o ensinamento que nos trouxe, através do amor, ou da dor. Mas que fique lá! Que o nosso atual momento seja privilegiado, ou deixaremos de viver, morrendo em vida.

Na dinâmica incessante do viver, que fiquemos alerta às novas oportunidades que se delineiam. Que o medo não nos paralise fazendo com que desistamos de tentar, de recomeçar. Pois tudo que vivemos até agora nos preparou e foi a sementeira do agora. Abençoemos todos e tudo que nos ajudou a chegar até aqui e vamos em frente! Com a mesma curiosidade que tínhamos, quando mais jovens e nos defrontávamos com o novo, pois aprenderemos pela eternidade... num caminho sem fim.

Um amor antigo que hoje já não nos faz vibrar, não foi um amor menor. Existiu enquanto éramos como no passado, mas mudamos e nos desconectamos. Abençoado amor que nos alimentou de sentimentos puros e nos vitalizou. Continuemos amando, sempre despertos e propensos a acolher o que nos chega, pois nunca vem por acaso. Está sendo atraído por nossa alma e nos traz alimento necessário para o nosso viver.

Quem se fecha ao presente e vive de passado, já parou de vibrar, já desistiu de aprender, se entregou ao marasmo e à desesperança. Precisamos reciclar nossos interesses. Para isto há cursos, há muitos hobbies que podem preencher as horas do dia, há novas pessoas para serem visitadas, acarinhadas, amadas.

Não podemos parar, pois o fluxo das horas nos diz que é andando que vivemos. Enquanto estivermos no corpo, será por aqui. Quando formos para outra dimensão, será por lá. Mas sem descanso, abertos ao novo, às novidades e propensos a nos deixar mudar, educar, a aprender.

Ninguém precisa se sentir velho, mesmo que o corpo já mostre sinais de menos agilidade e flexibilidade. Enquanto estivermos interessados nas lições que a vida nos traz, estaremos jovens na alma e teremos saúde boa e os olhos brilhando da chama da vida.

Velho não é o que já muito viveu, mas aquele já se deixou abater pela tristeza e vive no passado, evitando o mundo que está à sua volta lhe chamando para experimentar novas técnicas, para repensar ideias e para conhecer coisas que mudaram, ao longo do tempo.

Assim, as chamadas perdas que tivemos, ao longo da vida, nos propiciaram estar preparados para as novas experiências do hoje. Vamos em frente, sempre. O passado só nos parece melhor porque hoje o fantasiamos... Quantas conquistas foram feitas por nós próprios e pela humanidade como um todo... Agora é o recomeço, é a vida, é a colheita do ontem e a esperança materializada num momento mais feliz!

domingo, 1 de junho de 2014

O QUE É A VERDADE?


Imensas pessoas dizem que procuram a verdade!

Embora lamentando ainda não a ter encontrado, elas sentem-se orgulhosas por se terem lançado numa busca tão difícil... Pois bem, a verdade não é assim tão difícil de encontrar e até pode ser definida muito simplesmente.

Digamos que ela é como uma medalha, de que uma face é o amor e a outra a sabedoria. Se procurardes a verdade independentemente do amor e da sabedoria, isto é, independentemente do coração e do intelecto, nunca a encontrareis. Mas, se possuirdes o amor e a sabedoria, possuíreis também a verdade, mesmo que não a procureis.

Nunca se encontra a verdade como um princípio em si: ela só existe em quem trabalhar simultaneamente com o coração e o intelecto.


Atualmente há tantas verdades diferentes, contraditórias em circulação e em confronto pelo mundo, porque elas reflectem a deformação do coração e do intelecto dos humanos.

Alguém vos diz: ''Eis a verdade!''

Na realidade, é a verdade "dessa pessoa", e essa verdade é a expressão do seu coração e do seu intelecto fracos e deformados, ou  pelo contrário, sólidos, esclarecidos.




sábado, 31 de maio de 2014

MUDAR, MESMO QUANDO NÃO ACREDITAMOS NA MUDANÇA


Todos nós sabemos o quanto é difícil mudar de atitude, mesmo que isso implique em seguir um caminho melhor. 

O cérebro percorre automática e velozmente os caminhos neuronais já formados há muito tempo. Por isso, fazer o que nos é habitual é tão fácil. Mas quando se trata de formar um novo caminho neuronal, uma nova sinapse, é preciso tempo e esforço para seu aprendizado. É como quando aprendemos a dirigir. Primeiro, temos que prestar atenção em todos os detalhes, depois dirigimos sem ter de pensar no que estamos fazendo. 

Assim também ocorre com as atitudes mentais, quando pensar e reagir de um determinado modo torna-se familiar e nossa reação é automática. Por exemplo, o hábito de sentir-se alvo de ataques externos. Por termos vivido muitas vezes agressões em relação à nossa pessoa, conhecemos o papel do "bode expiatório". No entanto, nem sempre estamos sendo atacados, mas facilmente nos sentimos alvo das agressões alheias... Identificar quando isto está de fato ocorrendo e nosso hábito de nos sentir atacados é a primeira tarefa do autoconhecimento. A segunda se trata de aprender a sair cada vez mais rápido do campo de batalha! Seja ele real ou imaginário...

Pema Chödrön comenta numa palestra sobre Felicidade (veja True Happiness em www.amazon.com) sobre três estados que nos encontramos diante das mudanças. 

O primeiro é quando já compreendemos que uma atitude mental nos faz mal, então, saímos dela automaticamente. O segundo, quando já sabemos que nos faz mal, mas estamos parcialmente convictos de que somos capazes de mudar e, a terceira, quando sabemos que nos faz mal, mas acreditamos ser impossível mudar.

No primeiro estado, deixar de agir de um modo negativo já não exige mais esforço, pois se tornou uma escolha. Como desistimos de nos torturar, de nos sentirmos frustrados diante de certa atitude mental, toda vez que ela vem à tona naturalmente a identificamos e buscamos saídas efetivas para deixá-la.

Por exemplo, o ressentimento. Toda vez que percebemos que estamos ressentidos, lembramos de escolher deixar essa postura de nos sentirmos prejudicados. Esta lembrança é a sabedoria intuitiva que nos diz: "Procure uma saída, dê um salto, caia fora".

No segundo estado, apesar de estarmos convictos de que determinada atitude mental é negativa, nos sentimos propensos a permanecer nela. Seja porque ainda temos a esperança de tirar algum proveito desta postura ou porque nos sentimos tão familiarizados com ela, isto é, ela faz tão parte de nós, que duvidamos se somos capazes de mudar. 

Facilmente nos encontramos presos neste estado, pressionados pela expectativa de sermos quem idealizamos ser e a realidade na qual nos encontramos.

Podemos já ter entendido que cultivar a atitude de que deveríamos ou poderíamos fazer isso e aquilo nada adianta, se não a colocarmos em prática. Viver em constante estado condicional nos leva a nos distanciar de nós mesmos! Afinal, quando estamos sob a custódia de idealizações exigentes, deixamos de nos sentir reais para nós mesmos!

Mas, apesar de já saber que de nada ajuda nos culparmos, nos colocarmos para baixo, ainda não temos a capacidade de mudar.

Neste segundo estado mental, a saída encontra-se em buscar o caminho do meio: nem nos exigir demais, nem nos denegrir. Assim, este estado de meia confiança pode tornar-se um possível ponto de partida. Nele, começamos a desenvolver a autocompaixão. Deste modo, tornamo-nos mais flexíveis e empáticos em relação a nós mesmos e aos outros. Lenta, mas, suavemente, o caminho obstruído começa a se abrir.

Pema Chödrön ressalta que neste momento é importante lembrar que não importa se nos consideramos merecedores ou não da mudança, porque a escolha de mudar não é uma questão moral baseada no julgamento de ser ou não merecedor de felicidade, mas sim da escolha de melhorar e progredir, isto é, de dar o salto.

Por fim, temos o terceiro estado: quando entendemos que a mudança é necessária e poderia nos trazer algo positivo, mas, simplesmente, não acreditamos sermos capazes de mudar. 

Ficamos presos neste estado enquanto ainda acreditamos que esta atitude vai nos trazer algum benefício, mesmo que passageiro. Há algo que nos conforta diante da idéia de não termos que nos esforçar para mudar. Desta forma, enquanto não nos sentirmos angustiados, iremos permanecer tal como estamos. No entanto, inevitavelmente, uma hora ou outra, seremos tocados pela dor de tal atitude mental negativa. Então, cada vez que nos sentirmos novamente desesperados, estaremos mais descrentes que podemos encontrar uma saída. É um círculo vicioso: sofremos, nos acomodamos com o sofrimento e sofremos novamente, mais e mais...

Por isso, não vale a pena cultivar este terceiro estado. Uma maneira de passar deste estado sem saída, para o segundo -o da meia confiança- é reconhecer os momentos, mesmo que fugazes, de bem-estar. 

O antídoto é a autocompaixão: despertar o desejo de se resgatar do próprio sofrimento. Assim, gradualmente nos tornamos receptivos para receber ajuda, seja alheia ou de nós mesmos, isto é, quando reconhecemos que temos recursos internos que não estávamos usando. 

Mesmo sendo difícil mudar um padrão negativo, não nos resta outra escolha se não quisermos continuar sofrendo!

Não estamos condenados a sofrer para sempre. Aliás, a única virtude da negatividade é que ela também é impermanente!

Fonte: Bel Cesar