Uns ficam revoltados e caem na ingratidão.
Uns acham que não têm direito de pedir mais do que já têm e caem na culpa.
Uns fingem não desejar tanto assim, para não se afetar com a falta, não sentir tanto o buraco de alguma carência, seja afetiva ou material, e acabam por, inconscientemente, desligar seu magnetismo pessoal capaz de atrair, como um ímã, todas as riquezas desejadas (afetivas e materiais) e acabam, também, por inibir sua raiva e demonstrações de insatisfação, poderosas propulsoras de "virada de mesa".
Na maioria das vezes, acontece um pouco disso tudo, tudo ao mesmo tempo e, pior, num nível inconsciente.
Tudo que podemos ver e sentir é que, embora nossa vida seja boa pro padrão das crenças coletivas de miséria e pro padrão católico cristão de culpa em desejar, tirar o foco daquele "a mais" que nunca vem é impossível. Aquela realidade, ainda mais por não ser reconhecida - e "o que resiste persiste"- grita com uma gargalhada que dói muito em nosso ouvido "há há há há há, não finja que está feliz. Você está sozinha e pobre! Esquecida! Desamparada!".
Todos já sentimos isso alguma(s) vez(es). Provavelmente, algumas vezes, em diferentes carências, diferentes contextos e circunstâncias.
É verdade que, quanto mais consciente estamos, mais conseguimos colocar foco no que temos, entrar na gratidão e perceber onde nos boicotamos.
Mas, muitas vezes, o maior boicote é o mecanismo de defesa "Eu quero, mas..."
Ou seja, eu quero mas não quero tanto assim, já prevenindo a dor da decepção de não conseguir de novo, que seja menor.
Ou seja: EU NÃO ACREDITO. NÃO TENHO FÉ. NÃO MEREÇO. Porque, se eu merecesse, a vida já teria me trazido algo tão simples como um emprego melhor, um novo amor ou simplesmente eu conseguir tomar contato com minha missão de alma. A tal felicidade.
Caso você não saiba: Todo ser humano se sente assim. E é esse é nosso maior autoboicote.
Despertar o tesão e o espírito desbravador, aventureiro é a única forma de ativar o magnetismo pessoal e atrair as oportunidades desejadas.
O que só é possível mudando a crença; que só é possível curando a ferida; que só é possível bancando olhar pra ela e mais importante: perdoar-se. Porque NÃO! Não poderia ter sido diferente. Você não deveria ter feito nada diferente do que fez. Não foi idiota, nem iludida.
Simplesmente aquele ensaio para o sucesso era necessário, para você ser quem você é, mais pronto para o sucesso.
Muitas dores que ainda não superamos se tornam insuportáveis por fazerem ressonância com algum outro conteúdo inconsciente: uma dor de alma de outras vidas, algo que aconteceu aos nossos pais e formulou nossos paradigmas ou crenças do inconsciente coletivo como a que não se pode ter tudo ou que a felicidade plena não existe.
Proponho um exercício:
Escreva um texto contando a historia de seus pais. Quem eles eram, como se conheceram, como foi/é relacionamento deles, como você nasceu, como foi sua infância, adolescência, relacionamentos, separações, conquistas, perdas...
Vai levar um tempo, separe bastante papel para fazer. Vai ser simples e fluído. Você já compreendeu muita coisa nos últimos tempos. Mas verá que compreenderá algumas outras após o exercício.
Diga para cada uma das pessoas descritas no relato, inclusive e principalmente você mesmo "Sinto muito. Me perdoe. Te amo. Sou grato". Faça com coração, em sua tela mental, de olhos fechados.
Deixe as cores rosa e violeta circundarem vocês nesta imagem. Deixe essas cores nutrirem seu coração neste momento. Res-pi-re.
Nos dias subseqüentes, separe 5 minutos diários para a brincadeira de SONHAR. Todos os dias dê-se esse tempo.
Prepare uma ambiência, coloque musica, aromas, tranque a porta, deixe o sol entrar, ou a Lua...
Feche os olhos e coloque a intenção de entrar em contato com seus sonhos. Deixe as imagens se formarem por si só. O importante é se perceber feliz e desfrutando destas situações. Olhe os detalhes, cores, sensações...
A cada dia, mais detalhes e opções aparecerão. Novos desejos, novos sonhos. Muitos sonhos.
Não caia na armadilha de achar que está desejando coisas demais e querer selecionar para focar.
Podemos sim ter TUDO AO MESMO TEMPO. Porque isso é SER em plenitude.
Não é muito esperto basear nossos sonhos no que depende de alguém específico. Deixe o Universo usar todas as infinitas possibilidades e recursos que ele tem e lhe trazer o melhor. Deixe Deus cuidar do serviço dele sem querer determinar o quê ou quem. Apenas sinta, entre em contato com o que emerge como meio de ser feliz.
É estar rodeado de pessoas? Como elas estão nisso? Como você está?
É estar na Natureza? Como isso faz você sentir?
É estar com alguém? O que seu corpo sente? Qual seu comportamento e sensações nesta situação?
O que emerge de você é que é você de verdade. Este é seu potencial. Veja se não está inibido, reprimido.
Hora de crescer, hora de se libertar. Hora de assumir a responsabilidade por sua felicidade, com sua própria ética e moral.
Nascemos para ser quem já somos.