Sabemos
que investimento,
é
a aplicação de recursos visando a uma renda. Só
se investe quando se confia que se obterá lucro. Escolhe-se
um investimento investigando três condições:a)
rentabilidade;b)
segurança;c)
liquidez.
Não
há exagero em dizer que “Deus investe em você”. Todos
somos investimentos de Deus,
porque Ele nos gera e nos mantém com Seus recursos, Suas energias e
Seus poderes infinitos. Como
todo investidor inteligente, Deus
espera lealdade e rentabilidade.
Quanto à liquidez, é
a morte que determina a data do resgate.
Não
há novidade no que digo. Foi meu Guru
–
Jesus
–
que, numa parábola, mostrou que somos investimentos de Deus:
“…
é como um homem que ia
se ausentar do país, e chamou seus servos e lhes entregou seus bens,
a um, cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um; a cada qual
segundo sua capacidade, e partiu. Imediatamente, o que recebera cinco
talentos operou com eles e lucrou mais cinco. Igualmente, o de dois,
lucrou outros dois. Mas o que recebera um, foi, cavou a terra e
escondeu o dinheiro de seu senhor. Depois de muito tempo, vem o
senhor daqueles servos e ajusta contas. E vindo o que recebera cinco
talentos, trouxe outros cinco, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco
talentos; olha outros cinco que lucrei. Disse-lhe seu senhor: Muito
bem, servo bom e fiel; foste
fiel no pouco, confiar-te-ei o muito;
entra na alegria do teu senhor. Chegando também o de dois talentos,
disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; olha outros dois talentos
que lucrei. Falou-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste
fiel no pouco, confiar-te-ei o muito;
entra na alegria de teu senhor. Vindo também o que recebera um
talento, disse: Senhor, conheço-te que és homem duro, colhendo onde
não semeaste e recolhendo onde não distribuíste, e, amedrontado,
escondi teu talento na terra; olha, aqui tens o teu. Respondendo,
então, disse-lhe o senhor: Servo infeliz e tímido, sabias que colho
onde não semeei e recolho onde não distribuí? Devias, então, ter
confiado meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, teria recuperado o
meu com juros. Tomai-lhe, portanto, o talento e dai-o ao que tem dez
talentos, pois a
todo o que tem, será dado e sobrará; mas de quem não tem,
ser-lhe-á tomado até o que tem.
E o servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; aí haverá choro
e ranger de dentes.”
(O
Evangelho segundo Mateus,
25:14 a 30)
É
ou não uma história de investidor? Confiou os talentos
(moeda
da época) aos servos; exigiu rentabilidade;
e a liquidez
foi
por ele imposta ao regressar sem ter marcado prazo.Quando
se diz que alguém é um artista (cientista,
educador, administrador, sacerdote…) de
talento,
quer-se significar que Deus lhe confiou muitos dons, capacidades e
potencialidades.
Ao contrário, quando se fala que alguém tem pouco talento, quer-se
expressar que é carente de dons, capacidades e
potencialidades.Cada
um de nós é um servo a quem o Senhor (Deus,
a Vida Una) confiou,
por algum tempo (que
só Ele sabe), uma
soma pequena ou grande de dons,
capacidades, virtudes, poderes e energias. Dia
virá em que Ele vai examinar a contabilidade.
A
uns (os
bons administradores), a
benção de um investimento ainda maior.
A
outros (os
maus administradores), a
condenação –
“choro e ranger de dentes”. Ao gerente eficiente, a “alegria do
Senhor”. Ao mau gerente, “as trevas exteriores”.Que
são talentos?
O
corpo,
este instrumento primoroso, é talento. São talentos essenciais: a
alento
que
move os pulmões,
o sangue
que
circula e nutre; a capacidade
de
ver, ouvir, tocar, cheirar, degustar; os pés
que
o levam; as mãos
que
trabalham; a boca
que
fala; o sistema
emunctorial que
limpa o corpo de seus dejetos. São talentos: o pensar, o imaginar, o
atentar, o concentrar-se, o avaliar, o lembrar-se, o julgar, o
conhecer. São
talentos todos os recursos para viver, conviver, decidir e ascender.
Os talentos são tantos, que é impossível enumerar todos.
Quanto
o Senhor investiu em você? Você é dessas criaturas talentosas,
criativas, inteligentes, fisicamente bem-dotadas, ricas de energia,
com recursos econômicos fartos, bom status
social,
bem equipadas, bem nutridas, nascidas em família sadia e amorosa?
Compare-se
com a maioria.
Se, em confronto com a pobreza e a mediocridade, você se vê lá em
cima, é porque recebeu os “cinco talentos”. Deus
o tomou como seu mordomo, seu gerente, “conforme sua
capacidade”.Se
você se sente pobre mas não tanto, isto é, remediado, é que o
Senhor só investiu dois talentos em você.
Se,
em última hipótese, suas condições físicas, psicológicas,
sociais e econômicas são desafiadoras e precárias, é que lhe foi
confiado apenas um talentinho.
Seja
qual for o caso, o investimento foi feito. O
que importa não é a quantidade de talentos investidos. O
que decide é o resultado final, isto é, a rentabilidade
proporcional.
O
mordomo de uma só moeda foi castigado porque não apresentou
rendimento, porque, acovardado
pelo juízo errôneo que
fazia do seu senhor (colheria onde não semeara e recolheria onde não
teria distribuído), “enterrou os talentos”.Há
muita gente que só sabe temer Deus, do qual faz uma ideia equivocada
(só
espera a “ira de Deus”) e
assim, acovardado, esconde os talentos (poucos
ou muitos), o que, dessa
forma, os
torna improdutivos.
Pela
lição da parábola, tendo
pouco ou muito, é
essencial que administremos, com a maior eficiência possível, tudo
quanto Deus nos confiou.
E ficamos sabendo que, ignorantes
sobre a magnanimidade de Deus, isto é, por medo, podemos ser levados
a frustrar a confiança que Ele em nós deposita.
Imensamente
pior do que não fazer render, por causa do medo, é, no entanto,
perder os talentos ou perverter sua aplicação.
O
mundo está padecendo, já padeceu e está ameaçado de padecer ainda
mais por causa do emprego diabólico de grandes talentos. A História
está cheia de sangue e horror porque indivíduos muito talentosos
traíram a confiança do Senhor e criminosamente utilizaram (muitos
continuam utilizando) seus dons na promoção da desgraça individual
e coletiva. Homens prodigiosamente talentosos, ainda hoje, com a
maior crueldade e frieza, promovem o sofrimento de populações
inteiras. Artistas, cientistas, estadistas, empresários,
intelectuais, líderes de todas as áreas, ricamente dotados,
verdadeiros gênios, ainda hoje, em
seu proveito, em proveito de seus partidos ou de suas famílias,
e em frontal detrimento do Senhor,
continuam a utilizar seus dons e dotes para perturbar, explorar,
esmagar e destruir a Paz, a Liberdade e a Saúde de milhões de seres
humanos. Intelectuais, publicitários, dramaturgos e artistas, ricos
de talentos, estão, infelizmente, não construindo, mas destruindo
valores morais, princípios éticos e até mesmo a saúde mental de
multidões que se deixam manipular e conduzir. É uma calamidade para
ambos os lados: para os manipulados, que somem e se consomem na
mediocridade imbecil, e para os manipuladores, que se comprometem,
assumindo
dívidas imensas com o verdadeiro Dono dos talentos. Para
estes, “choro e ranger de dentes” ainda são amenidades.
Tenho pena de todos.
Os
bons
administradores são
os líderes que usam seus talentos para a promoção do Bem,
da Justiça,
da Paz,
da Sanidade,
da Fartura,
da Harmonia,
da Segurança,
mas, principalmente, do ascender daqueles sobre os quais têm
influência. A esses: “Muito bem, servos
bons e fiéis,
que entrem na alegria do Senhor”.
A
parábola termina com uma sentença paradoxal, que parece
a
proclamação de uma tremenda injustiça:
“… a todo que tem, será dado e sobrará; mas de quem não tem,
ser-lhe-á tomado até o (pouco) que tem”.
Essa de
enriquecer ainda mais os ricos e empobrecer ainda mais os pobres não
é nada divina. A injustiça social está aí mesmo, fazendo
exatamente assim. Como
o Senhor-de-Justiça-e-de-Misericórdia faria o mesmo que os
perversos donos do poder no mundo?
Na
parábola, aquele
“que tem” (dez talentos) é porque administrou com eficiência os
cinco talentos que lhe foram antes confiados. Aquele “que não
tem”, não tem porque, acovardado, frustrou a confiança e as
esperanças do Investidor.
Não
é justo que aquele “que tem” receba ainda maior soma de
talentos?
Não
é justo que o mau administrador, que perdeu a confiança do
Investidor, seja destituído? Destituído não só, mas
punido?
Quando
uma dessas financeiras, que administram poupanças populares, dá um
prejuízo fraudulento aos investidores, não merece a punição da
Justiça?O
fato de um bom administrador receber ainda mais, e um mau
administrador sofrer punição é um cumprimento da lei divina isto
é, a Lei
de causa e efeito.
Você
compreendeu que seus
talentos atuais lhe foram confiados pelo Divino Investidor para
fazê-los render?
Tudo
que você é e tem, é investimento. Cuidado
com o que vai fazer deles.
Evite
frustrar a expectativa do Senhor, enterrando os talentos
improdutivamente. Muito mais ainda, evite trair o Senhor, empregando
na calamidade o que lhe foi entregue para promover o bem.